Alexandre Rands Barros
Economista
Publicação: 23/11/2024 03:00
A aproximação do fim do ano começa a tornar as projeções de crescimento para 2024 mais próximas da realidade. Essa semana saíram duas previsões importantes. A do próprio Ministério da Fazenda, do governo federal, e a do FGV-IBRE. Ambas as projeções sinalizam na mesma direção. Aumentaram a previsão de taxa de crescimento do PIB para 3,3% e a da inflação para 4,4%. Em 2025, a expectativa é que haja queda na taxa de crescimento do PIB para algo próximo a 2,2%. Mas, vale lembrar, que esse ano essa taxa deve surpreender positivamente em relação às previsões feitas no final de 2023. O mesmo aconteceu no final de 2022 em relação à taxa de crescimento do PIB em 2023.
Um dos pilares das previsões para a inflação vem da perspectiva de que o mercado de trabalho deve continuar aquecido, com baixas taxas de desemprego. Também tem sido enfatizado o papel do déficit público, que aquece a demanda. A perspectiva de aumento das taxas de juros nos E.U.A., quando Trump assumir, devido ao maior déficit público lá, também gera perspectiva de manutenção do preço elevado do dólar (taxa de câmbio). Isso aumenta os custos de produtos importados, impactando na inflação. Ou seja, as perspectivas são de que o Banco Central terá que elevar mais a taxa de juros para manter a inflação dentro dos limites da meta.
A taxa de crescimento do PIB tem estado bem resiliente nos últimos dois anos. As altas taxas de juros não têm sido suficientes para desaquecer a economia, como alguns julgam necessário para reduzir a inflação. Muitos analistas têm falhado por não considerarem o impacto de mudanças estruturais importantes para manter a taxa de crescimento do PIB em níveis elevados para a taxa de juros que tem prevalecido.
O governo atual elevou a credibilidade na economia brasileira, por sinalizar com maior estabilidade institucional. Também provocou investimentos com mais concessões de infraestrutura econômica, melhoria do relacionamento internacional e políticas sociais estruturadas de forma mais eficiente. O governo aumentou ainda o crédito agrícola e facilitou o acesso ao crédito, a partir dos bancos estatais. O maior investimento causado por essas mudanças aquece a demanda. A inflação só não saiu do controle porque tinha um componente forte de reacomodação de preços relativos no pós-pandemia.
Esse tipo de impulso inflacionário tende a arrefecer com o tempo. Se a taxa de juros não tivesse subido tanto, poderia ter havido volumes ainda maiores de investimentos. O aumento de capacidade de produção estaria agora arrefecendo o impacto inflacionário decorrente da demanda maior do que a oferta. Essa oportunidade foi perdida por causa da política conservadora do Banco Central. Agora, está mais difícil utilizar essa oportunidade, pois a acomodação de preços relativos já arrefeceu.
A inflação agora se mantém ou se expande por excesso de demanda. Então, as soluções possíveis serão frear um pouco a economia ou promover uma elevação do déficit comercial que consiga diminuir o excesso de demanda sobre a oferta. Talvez, essa segunda opção seja a melhor para o bem-estar da população. Reservas elevadas podem ser reduzidas para permitir a maior importação sem elevar a taxa de câmbio. A dificuldade é que uma proposta dessas desafia muitos dos dogmas dos economistas brasileiros.
Um dos pilares das previsões para a inflação vem da perspectiva de que o mercado de trabalho deve continuar aquecido, com baixas taxas de desemprego. Também tem sido enfatizado o papel do déficit público, que aquece a demanda. A perspectiva de aumento das taxas de juros nos E.U.A., quando Trump assumir, devido ao maior déficit público lá, também gera perspectiva de manutenção do preço elevado do dólar (taxa de câmbio). Isso aumenta os custos de produtos importados, impactando na inflação. Ou seja, as perspectivas são de que o Banco Central terá que elevar mais a taxa de juros para manter a inflação dentro dos limites da meta.
A taxa de crescimento do PIB tem estado bem resiliente nos últimos dois anos. As altas taxas de juros não têm sido suficientes para desaquecer a economia, como alguns julgam necessário para reduzir a inflação. Muitos analistas têm falhado por não considerarem o impacto de mudanças estruturais importantes para manter a taxa de crescimento do PIB em níveis elevados para a taxa de juros que tem prevalecido.
O governo atual elevou a credibilidade na economia brasileira, por sinalizar com maior estabilidade institucional. Também provocou investimentos com mais concessões de infraestrutura econômica, melhoria do relacionamento internacional e políticas sociais estruturadas de forma mais eficiente. O governo aumentou ainda o crédito agrícola e facilitou o acesso ao crédito, a partir dos bancos estatais. O maior investimento causado por essas mudanças aquece a demanda. A inflação só não saiu do controle porque tinha um componente forte de reacomodação de preços relativos no pós-pandemia.
Esse tipo de impulso inflacionário tende a arrefecer com o tempo. Se a taxa de juros não tivesse subido tanto, poderia ter havido volumes ainda maiores de investimentos. O aumento de capacidade de produção estaria agora arrefecendo o impacto inflacionário decorrente da demanda maior do que a oferta. Essa oportunidade foi perdida por causa da política conservadora do Banco Central. Agora, está mais difícil utilizar essa oportunidade, pois a acomodação de preços relativos já arrefeceu.
A inflação agora se mantém ou se expande por excesso de demanda. Então, as soluções possíveis serão frear um pouco a economia ou promover uma elevação do déficit comercial que consiga diminuir o excesso de demanda sobre a oferta. Talvez, essa segunda opção seja a melhor para o bem-estar da população. Reservas elevadas podem ser reduzidas para permitir a maior importação sem elevar a taxa de câmbio. A dificuldade é que uma proposta dessas desafia muitos dos dogmas dos economistas brasileiros.