Chico Carlos
Jornalista, escritor e pesquisador cultural
Publicação: 22/07/2025 03:00
No próximo dia 29 de agosto, celebra-se o nascimento de Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831–1900), figura central na história do Espiritismo no Brasil. Médico, político, escritor e um dos maiores expoentes da Doutrina Espírita, Bezerra de Menezes é lembrado por sua vida dedicada à caridade, à defesa dos humildes e à propagação do Evangelho de Jesus por meio da filosofia espírita. Um nome na história do espiritismo brasileiro.
Conhecido como o “Médico dos Pobres” por oferecer atendimento gratuito aos mais necessitados, Bezerra também desempenhou papel importante na política do Império. Como vereador e deputado, defendeu causas sociais e trabalhou pela melhoria das condições de vida dos menos favorecidos e excluídos da sociedade. Mas foi sua missão espiritual que deu sentido profundo à sua trajetória de vida.
Segundo relatos da literatura espírita, a missão de Bezerra de Menezes foi definida antes mesmo de seu nascimento. O espírito Ismael, considerado guia espiritual do Brasil, teria lhe incumbido de consolidar o Espiritismo em terras brasileiras. Em suas palavras: “Descerás às lutas terrestres [...] a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais [...] consolidando o início da nossa obra, que é a de Jesus, no seio da pátria do Seu Evangelho.”
Nascido em Riacho do Sangue, atual Jaguaretama (CE), Bezerra se mudou ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde cursou Medicina. Formou-se em 1856 e ingressou no Corpo de Saúde do Exército. Sua dedicação aos pobres o destacou como médico humanista, a ponto de doar seu próprio anel de formatura para que uma mãe pudesse comprar remédios para o filho doente.
Na política, foi vereador e deputado pelo Partido Liberal. Durante mais de 30 anos de vida pública, jamais se afastou das causas sociais, mesmo enfrentando dificuldades pessoais e financeiras.
Em 1875, o Espiritismo já se expandia com vigor pelo Brasil, atraindo multidões interessadas nos ensinamentos trazidos por Allan Kardec. Foi nesse contexto que Bezerra de Menezes teve seu primeiro contato direto com O Livro dos Espíritos, obra fundamental da doutrina. Ao folhear suas páginas, sentiu algo surpreendente: embora estivesse diante de ideias formalmente novas, havia uma estranha familiaridade no conteúdo.
“Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu espírito, entretanto tudo aquilo era novo para mim [...]. Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no Livro dos Espíritos [...]. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou mesmo, como se diz vulgarmente, de nascença.”
Essa sensação de reconhecimento íntimo das verdades espíritas despertou em Bezerra um profundo interesse, levando-o a estudar com afinco a filosofia codificada por Kardec. Mas não foi apenas a leitura que o conduziu ao engajamento ativo com o Espiritismo. Em 1882, outro episódio decisivo reforçou sua adesão: as curas impressionantes realizadas pelo médium receitista João Gonçalves do Nascimento. Os casos, considerados extraordinários, chamaram sua atenção para a dimensão prática e transformadora da mediunidade espírita.
A partir daí, Bezerra de Menezes deixou de ser apenas um simpatizante intuitivo da doutrina e tornou-se um de seus maiores divulgadores e defensores no Brasil — unindo sua fé ao compromisso moral com o próximo, como médico, político e homem público. Sua liderança foi decisiva em um momento de dispersão e conflitos dentro do movimento espírita. Defensor da união entre os que viam o Espiritismo como ciência e filosofia e os que abraçavam seu aspecto religioso, Bezerra foi eleito presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB) em 1895, cargo que ocupou até sua morte, em 11 de abril de 1900.
Mais do que um nome na história, Bezerra de Menezes é símbolo de amor, humildade, fraternidade e serviço ao próximo — um verdadeiro apóstolo do bem no Brasil. Não há dúvidas que ele é considerado o “Kardec Brasileiro” por sua dedicação à consolidação do Espiritismo no país. Seu nome batiza centros, hospitais, instituições de caridade e eventos doutrinários em todo o mundo. Após sua desencarnação, diversas mensagens atribuídas ao seu espírito foram psicografadas por médiuns renomados, consolidando sua presença contínua como guia e orientador espiritual.
Conhecido como o “Médico dos Pobres” por oferecer atendimento gratuito aos mais necessitados, Bezerra também desempenhou papel importante na política do Império. Como vereador e deputado, defendeu causas sociais e trabalhou pela melhoria das condições de vida dos menos favorecidos e excluídos da sociedade. Mas foi sua missão espiritual que deu sentido profundo à sua trajetória de vida.
Segundo relatos da literatura espírita, a missão de Bezerra de Menezes foi definida antes mesmo de seu nascimento. O espírito Ismael, considerado guia espiritual do Brasil, teria lhe incumbido de consolidar o Espiritismo em terras brasileiras. Em suas palavras: “Descerás às lutas terrestres [...] a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais [...] consolidando o início da nossa obra, que é a de Jesus, no seio da pátria do Seu Evangelho.”
Nascido em Riacho do Sangue, atual Jaguaretama (CE), Bezerra se mudou ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde cursou Medicina. Formou-se em 1856 e ingressou no Corpo de Saúde do Exército. Sua dedicação aos pobres o destacou como médico humanista, a ponto de doar seu próprio anel de formatura para que uma mãe pudesse comprar remédios para o filho doente.
Na política, foi vereador e deputado pelo Partido Liberal. Durante mais de 30 anos de vida pública, jamais se afastou das causas sociais, mesmo enfrentando dificuldades pessoais e financeiras.
Em 1875, o Espiritismo já se expandia com vigor pelo Brasil, atraindo multidões interessadas nos ensinamentos trazidos por Allan Kardec. Foi nesse contexto que Bezerra de Menezes teve seu primeiro contato direto com O Livro dos Espíritos, obra fundamental da doutrina. Ao folhear suas páginas, sentiu algo surpreendente: embora estivesse diante de ideias formalmente novas, havia uma estranha familiaridade no conteúdo.
“Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu espírito, entretanto tudo aquilo era novo para mim [...]. Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no Livro dos Espíritos [...]. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou mesmo, como se diz vulgarmente, de nascença.”
Essa sensação de reconhecimento íntimo das verdades espíritas despertou em Bezerra um profundo interesse, levando-o a estudar com afinco a filosofia codificada por Kardec. Mas não foi apenas a leitura que o conduziu ao engajamento ativo com o Espiritismo. Em 1882, outro episódio decisivo reforçou sua adesão: as curas impressionantes realizadas pelo médium receitista João Gonçalves do Nascimento. Os casos, considerados extraordinários, chamaram sua atenção para a dimensão prática e transformadora da mediunidade espírita.
A partir daí, Bezerra de Menezes deixou de ser apenas um simpatizante intuitivo da doutrina e tornou-se um de seus maiores divulgadores e defensores no Brasil — unindo sua fé ao compromisso moral com o próximo, como médico, político e homem público. Sua liderança foi decisiva em um momento de dispersão e conflitos dentro do movimento espírita. Defensor da união entre os que viam o Espiritismo como ciência e filosofia e os que abraçavam seu aspecto religioso, Bezerra foi eleito presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB) em 1895, cargo que ocupou até sua morte, em 11 de abril de 1900.
Mais do que um nome na história, Bezerra de Menezes é símbolo de amor, humildade, fraternidade e serviço ao próximo — um verdadeiro apóstolo do bem no Brasil. Não há dúvidas que ele é considerado o “Kardec Brasileiro” por sua dedicação à consolidação do Espiritismo no país. Seu nome batiza centros, hospitais, instituições de caridade e eventos doutrinários em todo o mundo. Após sua desencarnação, diversas mensagens atribuídas ao seu espírito foram psicografadas por médiuns renomados, consolidando sua presença contínua como guia e orientador espiritual.