Mianmar: país não tem saúde estruturada Um conflito civil iniciado no país em 2021 já destruiu boa parte do sistema de saúde, o que pode dificultar a sobrevivência dos resgatados depois do terremoto

Publicação: 31/03/2025 03:00

Desde que ocorreu o terremoto, o país já contabiliza 1,7 mil mortos e 3,4 mil feridos (AFP)
Desde que ocorreu o terremoto, o país já contabiliza 1,7 mil mortos e 3,4 mil feridos

Os serviços de emergência de Mianmar, continuaram ontem as buscas pelas vítimas do terremoto de sexta-feira, que deixou pelo menos 1.700 mortos e também foi sentido na Tailândia, onde 18 pessoas morreram. Apesar da chegada gradual da ajuda internacional, o número de mortos pode continuar aumentando. Especialista alertam que o país não tem recursos para lidar com um desastre dessa magnitude.

Desde o golpe de Estado de 2021, Mianmar também está mergulhada em um conflito civil que dizimou seu sistema de saúde. De acordo com os últimos números da junta militar birmanesa, há 1.700 mortos, 3.400 feridos e 300 desaparecidos.

Na cidade de Mandalay, próxima ao epicentro e uma das mais afetadas, o terremoto causou o desabamento de prédios e pontes e rachaduras nas estradas. Em um prédio parcialmente destruído em Mandalay, onde 180 monges faziam provas, as equipes de resgate birmanesas e chinesas continuam procurando por sinais de vida. té agora, 21 pessoas foram encontradas vivas e 13 mortas, de acordo com uma autoridade.

DIFICULDADES
Uma “grave escassez” de suprimentos médicos dificulta a ajuda, alertou a ONU, ao afirmar que os socorristas não têm equipamentos de trauma, bolsas de sangue, anestésicos e medicamentos essenciais. As operações também são prejudicadas pelos danos a hospitais e infraestrutura de saúde, assim como estradas e redes de comunicação. Uma mulher grávida, que teve uma perna amputada para poder ser retirada dos escombros de um edifício, não sobreviveu aos ferimentos, apesar do trabalho dos médicos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou com urgência quase três toneladas de suprimentos médicos para hospitais em Mandalay e Naypyidaw, a capital, onde milhares de feridos estão sendo tratados. A entidade lançou um chamado para arrecadar rapidamente 8 milhões de dólares (46 milhões de reais) para salvar vidas e prevenir epidemias que podem acontecer nos próximos dias. (AFP)