Tratamento para aumento da próstata Nova cirurgia reduz significativamente a necessidade de novos procedimentos porque retira o núcleo da glândula, diminuindo a obstrução

Luíza Cabral Saraiva

Publicação: 21/11/2024 03:00



O HoLEP, sigla em inglês para “Enucleação a Laser da Próstata”, é um procedimento cirúrgico inovador no qual se é retirado o núcleo da próstata, principal responsável pelos eventuais sintomas relacionados ao aumento de tamanho da próstata, a chamada Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). Estudos indicam que essa condição tende a acometer homens com idade superior a 50 anos e que aproximadamente 30% dos homens necessitarão realizar algum tipo de tratamento para HPB no decorrer de sua vida.
Apesar da denominação “benigna”, a Hiperplasia deve ser levada à sério. Os problemas iniciam quando a próstata aumenta de tamanho e passa a bloquear o fluxo de urina do paciente, levando à sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, jato urinário intermitente e a necessidade de urinar diversas vezes à noite. 
O médico urologista, Renato Leal, comenta sobre os possíveis tratamentos para a HPB. “Inicialmente, o tratamento é medicamentoso e  comportamental também. Evitar excesso de fritura, gordura, obesidade, por que isso pode aumentar o tamanho da próstata. Depois, dependendo da avaliação, se tiver uma próstata crescida e estiver com sintomas, iniciam-se as medicações, e se não houver boa resposta, partimos para o tratamento cirúrgico”.
A técnica tradicionalmente usada, a Ressecção Endoscópica da Próstata, possui uma maior chance de reincidência da Hiperplasia. Pacientes que realizaram a Ressecção, por vezes, precisam refazer a cirurgia poucos anos depois. “Com o HoLEP a gente consegue ressecar muito mais tecido e diminuir significativamente as chances de precisar fazer um novo procedimentom Então o paciente consegue ter uma melhor desobstrução. É a grande vantagem do HoLEP”, comenta Renato.

Diagnóstico
O diagnóstico da HPB é feito através de exames de sangue (PSA, por exemplo) e do exame de toque retal, o mesmo utilizado para o diagnóstico do câncer de próstata. 
“Em 20% das pessoas que têm PSA normal, a gente pode detectar alterações que têm câncer. Por isso que o toque é importantíssimo. Ainda existe um grande tabu, tem muita gente que não quer fazer o toque retal, mas 20% das pessoas que têm PSA normal têm câncer. Muitas vezes a gente consegue diagnosticar com toque retal, então é importantíssimo fazê-lo”, conclui Renato.
Próximo ao marco de 70 anos, o Hospital Jayme da Fonte é referência na saúde Pernambucana, e conta com uma equipe de referência em diversas especialidades, inclusive a de urologia. A unidade também possui um centro de diagnóstico por imagem, urgência e emergência 24h, e consultas ambulatoriais.