Preso grupo que pediu bitcoins para soltar refém Os criminosos seguiram a vítima dentro do prédio dos juizados especiais e tinham a informação que o filho dela atua como corretor de criptomoedas

CADU SILVA

Publicação: 14/08/2025 03:00

As duas operações envolvendo sequestradores foram detalhadas ontem pela PCPE (DIVULGAÇÃO/PCPE)
As duas operações envolvendo sequestradores foram detalhadas ontem pela PCPE

O caso de uma professora aposentada de 61 anos, sequestrada em março deste ano, no Recife, foi detalhado, ontem, pela Polícia Civil pernambucana. Em entrevista coletiva concedida horas após as prisões de quatro suspeitos por envolvimento no crime, a polícia revelou que os criminosos exigiram cinco bitcoins, cerca de R$ 3,3 milhões, como resgate.

A vítima foi mantida em cativeiro por 12 horas até que parte do valor fosse pago. A prisão ocorreu dentro da operação “Silêncio Digital”. A entrevista foi comandada pelo Delegado Adjunto do Grupo de Operações Especiais (GOE), Jorge Pinto.

Segundo o delegado, o sequestro ocorreu no dia 21 de março de 2025, quando a professora deixava o prédio dos juizados especiais, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife. Durante a ação, ela foi seguida por um homem dentro do prédio, enquanto outros dois comparsas aguardavam do lado de fora do prédio em um carro clonado. 

Ao deixar o local, a idosa foi colocada no veículo e levada para um cativeiro no munícipio de Olinda. Os sequestradores, sabendo que o filho da mulher atuava na corretagem de criptomoedas e morava em Portugal, exigiram um pagamento cinco bitcoins - equivalente a R$ 3,3 milhões na cotação da época - para que a idosa fosse libertada.

A liberação da mulher foi realizada depois de 12 horas, no bairro de Ouro Preto, em Olinda, após o filho pagar um valor parcial de R$ 50 mil. Com o apoio do Cyberlab da Polícia Civil e do Ministério da Justiça, os investigadores rastrearam as transações em criptomoedas, identificaram todos os envolvidos e localizaram o veículo usado no sequestro, além de vestimentas utilizadas pelos autores.

“Mesmo com métodos digitais sofisticados, conseguimos monitorar todas as transações e identificar os responsáveis diretos”, afirmou o delegado. Durante a operação, quatro mandados de prisão temporária e mais quatro de busca foram cumpridos. 

Dois suspeitos foram presos em Extremoz, no Rio Grande do Norte, e outros dois em Olinda e Abreu e Lima. Entre os materiais apreendidos estavam celulares e roupas usadas durante o crime. De acordo com a PCPE, os suspeitos responderão por extorsão mediante sequestro, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A polícia não descarta a ideia de haver outras pessoas envolvidas no crime.

IDOSO
Também ontem, a PCPE informou a prisão de parte de uma quadrilha responsável pelo sequestro de um idoso de 82 anos, em abril deste ano. A vítima foi levada de sua residência, na Encruzilhada, no Recife, até o município de Camaragibe, onde os criminosos exigiram R$ 200 mil de resgate, valor que foi recuperado. Segundo a delegada Adjunta do Grupo de Operações Especiais (GOE), Vanessa Bastos, o crime ocorreu no dia 15 de abril, quando quatro homens abordaram a vítima em frente à sua casa e a levaram para o município de Camaragibe.

“O valor exigido pelos criminosos foi pago pela família de forma fracionada: R$ 10 mil inicialmente, via PIX, e depois mais R$ 190 mil. Toda essa quantia, posteriormente, foi devolvida à vítima”, destacou ela. Três homens foram presos e um está foragido.