Classe médica reprova atuação do governo federal
Estudo da Associação Médica Brasileira aponta que oito em cada dez profissionais desaprovam ações do Ministério da Saúde durante a pandemia
Publicação: 03/02/2021 03:00
Exaustos, 80% dos profissionais que atuam na saúde da linha de frente contra a Covid-19 relatam assistir os hospitais voltarem a lotar, em um agravamento da pandemia pior ou semelhante à primeira onda vivida no Brasil. Em meio ao caos, a proporção de médicos que reprovam a atuação do Ministério da Saúde também é de oito para dez, e 99% deles acreditam que deve haver mudanças na Saúde do país pós-pandemia. Os dados, divulgados ontem, fazem parte da pesquisa feita pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Apesar de destacarem a necessidade de alterações na gestão da Saúde, 73% estão descrentes de que, de fato, os novos condutores passem a tratar as fragilidades de forma prioritária. “Junte-se a isso que a aprovação do Ministério da Saúde fica em 16,6%, considerando os pesquisados de São Paulo, contra 72% da época em que o titular era Luiz Henrique Mandetta”, indica o levantamento.
Para o estudo, foram entrevistados, em janeiro de 2021, 3.882 profissionais de medicina de todas as regiões brasileiras. Deste grupo, quase um quarto já foi diagnosticado com o novo coronavírus, uma incidência que chega a ser mais de cinco vezes maior do que a comparação com o acumulado geral brasileiro. Não só acometidos pela Covid-19, mas pelo cansaço, 92,1% dos entrevistados relatam ter sintomas como ansiedade (64%), estresse (62%), sensação de sobrecarga (58%), exaustão física e emocional (54,1%), mudança brusca de humor (34,4%) e dificuldade de concentração (27%).
A carência de materiais e estrutura básica para conseguir assistir os pacientes é um dos pontos que contribuem para intensificar o desafio dos profissionais da linha de frente. Entre eles, 32,5% indicaram faltar equipes de saúde suficientes para atender à demanda, e 27,2% reclamam da falta de diretrizes, orientações ou programa de atendimento. Também há relatos de falta de UTI (20,3%), equipamentos de proteção individual (16,7%), medicamentos para intubação (11%) e respiradores (5,9%).
Na contramão da escassez, os médicos assistem à normalização da situação e mais da metade deles consideram que a população não cumpre adequadamente com nenhuma das medidas de proteção contra a infecção. A interferência das fake news, aliada à falta de orientação do governo federal contribuem para este cenário, indica a pesquisa.
Sete a cada dez médicos avaliam que as autoridades de Saúde, em suas diferentes instâncias, não aplicam adequadamente nenhuma orientação. A principal falha apontada consiste no rastreamento de contactantes: 88,6% criticam a atuação neste quesito. Sem direcionamento, as fake news ganham força, a ponto de 91,6% dos entrevistados citarem a interferência delas, como no descrédito da ciência e o desprezo das medidas de isolamento, (Correio Braziliense)
Apesar de destacarem a necessidade de alterações na gestão da Saúde, 73% estão descrentes de que, de fato, os novos condutores passem a tratar as fragilidades de forma prioritária. “Junte-se a isso que a aprovação do Ministério da Saúde fica em 16,6%, considerando os pesquisados de São Paulo, contra 72% da época em que o titular era Luiz Henrique Mandetta”, indica o levantamento.
Para o estudo, foram entrevistados, em janeiro de 2021, 3.882 profissionais de medicina de todas as regiões brasileiras. Deste grupo, quase um quarto já foi diagnosticado com o novo coronavírus, uma incidência que chega a ser mais de cinco vezes maior do que a comparação com o acumulado geral brasileiro. Não só acometidos pela Covid-19, mas pelo cansaço, 92,1% dos entrevistados relatam ter sintomas como ansiedade (64%), estresse (62%), sensação de sobrecarga (58%), exaustão física e emocional (54,1%), mudança brusca de humor (34,4%) e dificuldade de concentração (27%).
A carência de materiais e estrutura básica para conseguir assistir os pacientes é um dos pontos que contribuem para intensificar o desafio dos profissionais da linha de frente. Entre eles, 32,5% indicaram faltar equipes de saúde suficientes para atender à demanda, e 27,2% reclamam da falta de diretrizes, orientações ou programa de atendimento. Também há relatos de falta de UTI (20,3%), equipamentos de proteção individual (16,7%), medicamentos para intubação (11%) e respiradores (5,9%).
Na contramão da escassez, os médicos assistem à normalização da situação e mais da metade deles consideram que a população não cumpre adequadamente com nenhuma das medidas de proteção contra a infecção. A interferência das fake news, aliada à falta de orientação do governo federal contribuem para este cenário, indica a pesquisa.
Sete a cada dez médicos avaliam que as autoridades de Saúde, em suas diferentes instâncias, não aplicam adequadamente nenhuma orientação. A principal falha apontada consiste no rastreamento de contactantes: 88,6% criticam a atuação neste quesito. Sem direcionamento, as fake news ganham força, a ponto de 91,6% dos entrevistados citarem a interferência delas, como no descrédito da ciência e o desprezo das medidas de isolamento, (Correio Braziliense)