Home based começa a virar realidade no país
Datamétrica, que tem três mil funcionários, já estuda a nova dinâmica de trabalho para ser adotada
Publicação: 14/11/2017 03:00
Areforma entrou em vigor no último fim de semana e um ajuste no setor de call center pode favorecer trabalhadores e empregadores. O home based, método de trabalho remoto que já é realidade para mais de 300 mil trabalhadores nos Estados Unidos, vai poder ser adotado no Brasil, com regras claras e que atendam às demandas de produtividade para empresas e de vários perfis de funcionários, que precisam de mais flexibilidade de horário. Na prática, os profissionais terão a base em domicílio, dentro de uma estrutura básica que garanta a prestação do serviço inserida nas obrigações de carga horária e metas de atendimento. Os ganhos são pessoais e sociais, principalmente de mobilidade, já que empresas de call center, empregadoras em grande volume, poderão tirar do tráfego milhares de pessoas.
A Datamétrica, empresa que atua no segmento de contact center, emprega hoje três mil funcionários em duas unidades na Região Metropolitana do Recife (RMR) e estuda a nova dinâmica de trabalho para ser adotada. De acordo com o diretor de operações da Datamétrica, Alberto Porto, empresas que adotaram o modelo reduziram as demissões e o absenteísmo e elevaram a produtividade dos funcionários, justamente porque o aparato tecnológico garante um ambiente seguro e de controle total do trabalho em tempo real.
“O principal ganho é que, em casa, a estrutura montada pelo funcionário melhora a qualidade do atendimento, porque passa a reduzir ruídos de som no comparativo como espaço físico da empresa de telemarketing, eleva a concentração e o foco, por não ter colegas do lado para dispersar, e garante a adesão de outros grupos de pessoas, de faixas diferentes de idade e de formação”, afirmou. Hoje, cerca de dez pessoas já estão em teste de migração para o tipo de trabalho. Segundo o diretor, a ideia é não realizar o processo de migração com mais funcionários, mas os novos clientes da empresa no setor de contact center devem ser atendidos por funcionários em trabalho residencial.
qualquer idade
“No modelo de home based, busca-se pessoas de qualquer idade, que tenham habilidades básicas de acesso a computador e à internet, um cômodo da casa que garanta o isolamento no horário de trabalho (pode ser um espaço da sala ou do quarto, por exemplo) e uma bancada que possa receber o kit de atendimento, dentro das exigências da Norma Regulamentadora 17 (NR17), que protege a saúde do trabalhador em requisitos de ergonomia. É uma estrutura básica que boa parte das pessoas já tem em casa e que poderá agregar ao novo trabalho”, complementou o diretor da Datamétrica.
O formato já é adotado por algumas empresas de teleatendimento, mas a reforma trabalhista reúne as condições para que o processo tenha regras claras. De acordo com Carlo Rêgo Monteiro, pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e sócio diretor da área trabalhista do PL & O Advogados, com a reforma trabalhista, algumas questões relacionadas ao modelo de trabalho remoto, antes desprezadas pela legislação brasileira, passaram a ter uma abordagem legal mais clara e objetiva. “Se a CLT previa, desde 2011, uma equiparação entre o trabalho realizado presencialmente, no estabelecimento do empregador, e aquele praticado à distância (seja home office ou teletrabalho), a reforma passa, agora, a apontar diferença entre esses regimes de colaboração. Essas diferenças merecem atenção especial da população geral, uma vez que as franquias de empresas home based, já populares em países como Estados Unidos, estão ficando cada vez mais comuns no Brasil, oferecendo aos empregadores uma redução de custos fixos e aos empregados uma maior flexibilidade de horários”, afirmou.
A Datamétrica, empresa que atua no segmento de contact center, emprega hoje três mil funcionários em duas unidades na Região Metropolitana do Recife (RMR) e estuda a nova dinâmica de trabalho para ser adotada. De acordo com o diretor de operações da Datamétrica, Alberto Porto, empresas que adotaram o modelo reduziram as demissões e o absenteísmo e elevaram a produtividade dos funcionários, justamente porque o aparato tecnológico garante um ambiente seguro e de controle total do trabalho em tempo real.
“O principal ganho é que, em casa, a estrutura montada pelo funcionário melhora a qualidade do atendimento, porque passa a reduzir ruídos de som no comparativo como espaço físico da empresa de telemarketing, eleva a concentração e o foco, por não ter colegas do lado para dispersar, e garante a adesão de outros grupos de pessoas, de faixas diferentes de idade e de formação”, afirmou. Hoje, cerca de dez pessoas já estão em teste de migração para o tipo de trabalho. Segundo o diretor, a ideia é não realizar o processo de migração com mais funcionários, mas os novos clientes da empresa no setor de contact center devem ser atendidos por funcionários em trabalho residencial.
qualquer idade
“No modelo de home based, busca-se pessoas de qualquer idade, que tenham habilidades básicas de acesso a computador e à internet, um cômodo da casa que garanta o isolamento no horário de trabalho (pode ser um espaço da sala ou do quarto, por exemplo) e uma bancada que possa receber o kit de atendimento, dentro das exigências da Norma Regulamentadora 17 (NR17), que protege a saúde do trabalhador em requisitos de ergonomia. É uma estrutura básica que boa parte das pessoas já tem em casa e que poderá agregar ao novo trabalho”, complementou o diretor da Datamétrica.
O formato já é adotado por algumas empresas de teleatendimento, mas a reforma trabalhista reúne as condições para que o processo tenha regras claras. De acordo com Carlo Rêgo Monteiro, pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e sócio diretor da área trabalhista do PL & O Advogados, com a reforma trabalhista, algumas questões relacionadas ao modelo de trabalho remoto, antes desprezadas pela legislação brasileira, passaram a ter uma abordagem legal mais clara e objetiva. “Se a CLT previa, desde 2011, uma equiparação entre o trabalho realizado presencialmente, no estabelecimento do empregador, e aquele praticado à distância (seja home office ou teletrabalho), a reforma passa, agora, a apontar diferença entre esses regimes de colaboração. Essas diferenças merecem atenção especial da população geral, uma vez que as franquias de empresas home based, já populares em países como Estados Unidos, estão ficando cada vez mais comuns no Brasil, oferecendo aos empregadores uma redução de custos fixos e aos empregados uma maior flexibilidade de horários”, afirmou.