Peça-chave para a Camil no Nordeste Inauguração de nova planta, localizada em Suape e com o dobro da capacidade de produção da antiga, reforçará a presença da marca na região

SÁVIO GABRIEL
savio.gabriel@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 13/03/2019 03:00

A inauguração da nova fábrica da Camil em Pernambuco, realizada oficialmente ontem, vai reforçar a presença da empresa no Nordeste. É da planta que já saem arroz, açúcar e feijão para abastecer não somente o estado, como também Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. A empresa tem planos futuros de expandir essa atuação por meio da comercialização de açúcar para a Bahia e o Ceará. Além disso, uma das estratégias da companhia é de atuar em novos segmentos alimentícios por meio da aquisição de outras empresas e, nesse cenário, não está descartada a compra de fábricas localizadas na região.

“Essa fábrica é a chave para o estado de Pernambuco, porque daqui atendemos Alagoas, Paraíba e o Rio Grande do Norte. É importante do ponto de vista estratégico”, disse Luciano Quartiero, CEO da Camil, ressaltando que a companhia está presente no estado desde 2001 e a nova planta possui o dobro da capacidade produtiva da antiga, que funcionava no Porto do Recife até o fim do ano passado. Ao todo, a capacidade é de 10 mil toneladas por mês. Em operação desde janeiro, a fábrica faz o beneficiamento de 6,5 mil toneladas, sendo 4 mil de arroz, 2 mil de açúcar e 500 toneladas de feijão.

Para atender a essa demanda, foram gerados 89 empregos diretos e 81 indiretos, todos com mão de obra 100% local. Quando a fábrica atingir as 10 mil toneladas mensais, serão necessárias mais 21 vagas diretas. No entanto, não existe previsão de quando isso acontecerá. “A companhia está preparada. O grande ponto é que temos o desejo (de crescer), temos investido no mercado, e não é só na planta. É o investimento em marketing, promoção do produto na área de vendas”, ressaltou.

Sobre os planos para adquirir novas operações, Quartiero destacou que o foco é em novas categorias, como cafés, massas e derivados do trigo. “Em um processo como esse, pode ter alguma empresa do Nordeste que faça sentido e que com certeza aumentaríamos nossa presença (na região)”, disse. Nos últimos 16 anos, a empresa fez três aquisições, sendo a mais recente em outubro do ano passado, quando comprou a SLC Alimentos por R$ 308 milhões. Em 2012, ela adquiriu a marca de açúcar União e, no ano anterior, comprou a marca Coqueiro.

O arroz beneficiado na fábrica vem do Rio Grande do Sul, enquanto o feijão sai de São Paulo. Ambos chegam ao estado via Suape. Por mês, são movimentados de 800 a 1 mil contêineres. Já o açúcar é adquirido de usinas localizadas em Pernambuco. Com um faturamento de R$ 5,2 bilhões no ano passado, a empresa é a segunda produtora de arroz a se instalar no Complexo de Suape, que já conta com a Urbano Agroindustrial. Para atrair o empreendimento, o governo do estado concedeu 75% de crédito presumido sobre o saldo devedor do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no âmbito do Programa de Estímulo à Indústria do Estado de Pernambuco (Proind).