INDúSTRIA » Pan cristal - nova estrutura, maior capacidade Com o aumento da fábrica de pães congelados, a empresa investe em novas máquinas e produtos

Publicação: 28/09/2019 03:00

Depois de revolucionar a produção de pães com as técnicas de congelamento da massa, a Pan Cristal continua investindo em inovação e trazendo novos produtos para o mercado. Presente na 14ª Super Mix, realizada no Centro de Convenções, em Olinda, esta semana, a empresa está entrando na Europa via Portugal, com o envio de produtos para um distribuidor de Lisboa que atende redes de hotéis, lanchonetes e restaurantes. Um técnico da Pan Cristal acompanha a remessa para ensinar aos portugueses como utilizar os congelados.

Até o final do ano, o portfólio de  cerca de 300 itens, vai aumentar com novos produtos e o Burek, um pãozinho grego recheado de frango, com massa crocante. A novidade chega com a compra de uma máquina na Alemanha e, segundo Hibernon de Souza Neto, diretor da Pan Cristal, será a segunda do Brasil e também da América Latina.

O investimento, em torno de R$ 3 milhões, irá aproveitar a nova estrutura da fábrica de Surubim que, desde março, passou a ter 28 mil m2². “Estamos com capacidade de produzir cinco toneladas de congelados por hora, e 2,5 milhões de unidades diariamente, e de trabalhar 24 horas”, revela o diretor. A previsão é fechar 2019 com um aumento entre 10% e 15% sobre o faturamento de 2018, da ordem de R$ 50 milhões.

Visão e persistência
As novas condições eram o sonho do empresário João Batista de Souza Neto, herdeiro da padaria Cristal, fundada por seu avô, em 1916. Sempre visitando feiras internacionais de panificação, nos anos 90 ele viu na Alemanha as técnicas de congelamento de pães e outros produtos de trigo e decidiu usá-las em suas cinco padarias – quatro em Surubim e uma em Tamandaré. “Sou um técnico apaixonado pelo segmento da farinha de trigo. Não tinha recursos para comprar as máquinas mas observei todos os detalhes e fui montando um laboratório, com ajuda da White Martins para instalar um túnel de congelamento à base de nitrogênio”, lembra.

Mais tarde, a pernambucana Polifrio fez um túnel de congelamento mecânico para o empresário dar continuidade às pesquisas. Sempre buscando tecnologias, o empresário importou da Argentina a primeira máquina do Brasil para congelamento de pães, com capacidade de produzir 12 mil  unidades por hora. Uma das padarias virou a fábrica de pães congelados e as primeiras vendas foram para um fornecedor de Fortaleza que,  vendo a aceitação da clientela, resolveu se tornar fabricante.

João Batista abriu uma loja-piloto em Campina Grande e, em um ano, já atendia a mais de 30 lojas da rede Bompreço na Paraíba e em Pernambuco. “Na época, 100% da produção era para o Bompreço que abriu muitas oportunidades. Continuamos com a rede que hoje, transformada em BIG Bompreço, absorve 20% da nossa produção”, diz, revelando outros grandes clientes como o Carrefour, a RM Express e o Novo Atacadão

Na carteira são cerca de mil estabelecimentos comerciais distribuídos pelo Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Pernambuco. Para o varejo, a Pan Cristal mantém uma loja no Arruda, no Recife. “Atendemos padarias, supermercados, cafeterias, lojas de conveniência, hospitais, de todos os tamanhos, com nossa própria frota, a partir dos depósitos do Recife, Petrolina, Caruaru e Campina Grande”, detalha Hibernon Neto.

Passados 25 anos desde que descobriu o congelamento, João Batista continua investindo em viagens e participando de feiras como as de Munique, na Alemanha, e ade Las Vegas, nos Estados Unidos. “Minha paixão por máquinas vem junto com a de produzir, gerar empregos e renda. Meu pai era empreendedor e sempre investia em máquinas ou criava negócios, chegou a ter seis lojas de supermercados”, recorda.

Mostrando que não fugiu à genética, o empresário mantém a padaria fundada pelo avô e o Hotel Cristal que vai passar por uma reforma e ganhar um terraço gourmet para os clientes admirarem a cidade do alto. Ainda este ano, João Batista pretende inaugurar um empresarial de seis andares e uma pizzaria ao lado do hotel, a fim de movimentar o centro e a economia de Surubim.