Tesouros de Noronha
Arquipélago se destaca pelas belas praias, mas também por suas lendas que fazem parte do folclore histórico
Ana Paula Neiva
ananeiva.pe@dabr.com.br
Publicação: 03/09/2016 03:00
Quando se fala em visitar o arquipélago de Fernando de Noronha se pensa logo nas famosas praias como Sueste e Boldró e nas baías dos Porcos e Sancho. Mas a beleza da ilha vai muito mais além. Noronha é repleta de lendas e histórias curiosas que fazem o turista encher a vista e ganhar a imaginação. Lugares que somente os ilhéus conhecem e que fazem parte do folclore local. São trilhas, cavernas e praias completamente desertas. Pontos que, geralmente, ficam de fora do tradicional roteiro das operadoras de turismo, mas que são uma boa opção para explorar o arquipélago.
“Cada pedaço de Noronha tem sua história própria”, diz Marieta Borges, coordenadora de Patrimônio Histórico do arquipélago e autora do livro Fernando de Noronha, cinco séculos de história. O Diario visitou alguns lugares desse paraíso cheio de crenças e mitos e conversou com Marieta, que contou um pouco a história de cada canto. Confira:
Gruta do Mirante do Sueste
Localizada abaixo do Mirante do Sueste. Para chegar é preciso seguir uma trilha aberta pela mata cerca de 200 metros até o alto. Dá para ir sem material de trekking. É possível ver tartarugas marinhas, tubarões, arraias e polvos. De lá, pode-se ver montanhas como os Morro da Atalaia, do Frade, Chapéu de Sueste e da Ilha Cabeluda.
Vila da Quixaba e a cacimba do padre
Vilarejo que fica a 6 km do centro foi o segundo núcleo habitado da ilha. Abrigou no século 18 presos perigosos. Atualmente, existem a capela de Nossa Senhora da Conceição e apenas duas casas. No ano 2000, passou por uma reforma, tendo a capela restaurada. Perto da vila está a cacimba conhecida como Cacimba do Padre, fonte de água doce e natural, descoberta pelo sacerdote Francisco Adelino Dantas.
Buraco da Raquel
Lugar era procurado pela filha de um militar. Com problemas mentais, ela sentava-se dentro da fenda para ouvir o barulho do mar. Fica abaixo do Museu do Tubarão, no mar de fora, voltada para a África, a área é protegida pela Marinha. Não se pode descer até o buraco, mas nos anos 1980 famílias faziam piqueniques lá.
Gruta da Caieira
Casais gostam de descer para namorar por ser uma área sossegada. A gruta fica na Praia da Caeira, abaixo do único posto de combustível da ilha. Praia de água verde-azulada com ondas fortes, considerada vip pelos nativos. Habitat natural de tubarões da espécie limão, que atingem até 3m. Na Caieira, é possível ver traços do vulcanismo noronhense.
Ponta da Sapata
Região de difícil acesso, muito procurada por mergulhadores. Em 4 de outubro de 2014, o ex-pároco de Noronha, padre Glênio Guimarães conseguiu autorização do ICMBio e levou imagem de São Francisco de Assis até o fundo do mar, a 50 metros de profundidade. A corveta da Marinha do Brasil Ipiranga naufragou no local em outubro de 1983. Na falésia, há fenda que, dependendo do ângulo que se olhe, parece com o mapa do Brasil.
Cachoeira do Sancho
Entre os meses de maio e junho, Noronha ganha uma cachoeira. A atração temporária fica no alto da falésia da Praia do Sancho. A água acumulada entre as rochas vulcânicas desce proporcionando um banho inesquecível, relaxante e delicioso. A queda d’água corresponde a uma altura de mais de 20m. Para chegar à cachoeira é preciso seguir uma trilha de pedras.
Jardim Elizabeth
Criado pelos holandeses no século 17, o jardim é cortado pelo riacho Mulungu, que no verão fica seco. A área também serviu para plantação agrícola e ficou conhecida como a Horta da Vila, que abasteceu a Vila dos Remédios a partir de 1737. Da vegetação farta saíram árvores para reparos dos navios. Uma das duas pontes foi restaurada em 1998. Redescoberto em 1997, com o Projeto Trilhas Ecoturísticas.
Caverna do Capitão Kid
No fim do século 16, o pirata inglês Francis Drake teria escondido seu tesouro na caverna abaixo da Fortaleza dos Remédios. A lenda diz que um terrível dragão era guardião do tesouro jamais encontrado. Contam ainda que dentro de uma das salas da fortaleza havia um buraco por onde os presos de mau comportamento chegavam já mortos ao mar.
A repórter e fotógrafa viajaram a convite da Administração da Ilha de Fernando de Noronha. Agradecimentos: Atalaia, Atlantis Diveres e ICMBio
“Cada pedaço de Noronha tem sua história própria”, diz Marieta Borges, coordenadora de Patrimônio Histórico do arquipélago e autora do livro Fernando de Noronha, cinco séculos de história. O Diario visitou alguns lugares desse paraíso cheio de crenças e mitos e conversou com Marieta, que contou um pouco a história de cada canto. Confira:
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Gruta do Mirante do Sueste
Localizada abaixo do Mirante do Sueste. Para chegar é preciso seguir uma trilha aberta pela mata cerca de 200 metros até o alto. Dá para ir sem material de trekking. É possível ver tartarugas marinhas, tubarões, arraias e polvos. De lá, pode-se ver montanhas como os Morro da Atalaia, do Frade, Chapéu de Sueste e da Ilha Cabeluda.
Vila da Quixaba e a cacimba do padre
Vilarejo que fica a 6 km do centro foi o segundo núcleo habitado da ilha. Abrigou no século 18 presos perigosos. Atualmente, existem a capela de Nossa Senhora da Conceição e apenas duas casas. No ano 2000, passou por uma reforma, tendo a capela restaurada. Perto da vila está a cacimba conhecida como Cacimba do Padre, fonte de água doce e natural, descoberta pelo sacerdote Francisco Adelino Dantas.
Buraco da Raquel
Lugar era procurado pela filha de um militar. Com problemas mentais, ela sentava-se dentro da fenda para ouvir o barulho do mar. Fica abaixo do Museu do Tubarão, no mar de fora, voltada para a África, a área é protegida pela Marinha. Não se pode descer até o buraco, mas nos anos 1980 famílias faziam piqueniques lá.
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Gruta da Caieira
Casais gostam de descer para namorar por ser uma área sossegada. A gruta fica na Praia da Caeira, abaixo do único posto de combustível da ilha. Praia de água verde-azulada com ondas fortes, considerada vip pelos nativos. Habitat natural de tubarões da espécie limão, que atingem até 3m. Na Caieira, é possível ver traços do vulcanismo noronhense.
Ponta da Sapata
Região de difícil acesso, muito procurada por mergulhadores. Em 4 de outubro de 2014, o ex-pároco de Noronha, padre Glênio Guimarães conseguiu autorização do ICMBio e levou imagem de São Francisco de Assis até o fundo do mar, a 50 metros de profundidade. A corveta da Marinha do Brasil Ipiranga naufragou no local em outubro de 1983. Na falésia, há fenda que, dependendo do ângulo que se olhe, parece com o mapa do Brasil.
Cachoeira do Sancho
Entre os meses de maio e junho, Noronha ganha uma cachoeira. A atração temporária fica no alto da falésia da Praia do Sancho. A água acumulada entre as rochas vulcânicas desce proporcionando um banho inesquecível, relaxante e delicioso. A queda d’água corresponde a uma altura de mais de 20m. Para chegar à cachoeira é preciso seguir uma trilha de pedras.
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Jardim Elizabeth
Criado pelos holandeses no século 17, o jardim é cortado pelo riacho Mulungu, que no verão fica seco. A área também serviu para plantação agrícola e ficou conhecida como a Horta da Vila, que abasteceu a Vila dos Remédios a partir de 1737. Da vegetação farta saíram árvores para reparos dos navios. Uma das duas pontes foi restaurada em 1998. Redescoberto em 1997, com o Projeto Trilhas Ecoturísticas.
Caverna do Capitão Kid
No fim do século 16, o pirata inglês Francis Drake teria escondido seu tesouro na caverna abaixo da Fortaleza dos Remédios. A lenda diz que um terrível dragão era guardião do tesouro jamais encontrado. Contam ainda que dentro de uma das salas da fortaleza havia um buraco por onde os presos de mau comportamento chegavam já mortos ao mar.
A repórter e fotógrafa viajaram a convite da Administração da Ilha de Fernando de Noronha. Agradecimentos: Atalaia, Atlantis Diveres e ICMBio