Trânsito na avenida está interditado há três semanas

Belo Horizonte — Três semanas depois da queda da alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes e do fechamento do trânsito da Avenida Pedro I, em Belo Horizonte, moradores vizinhos terão de enfrentar mais transtornos por razões de segurança. Diante do anúncio feito pela Cowan, construtora responsável pelo elevado, de que a alça norte corre o risco de cair e ainda não desabou por “milagre”, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) decidiu retirar dos imóveis 186 famílias que moram nos residenciais Antares e Savana, em São João Batista. A Comdec pediu também a suspensão por 30 dias das aulas no Colégio Helena Bicalho, que fica ao lado do viaduto, alterando a rotina de 400 alunos de ensino fundamental e médio.

O coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil, disse que as famílias poderão ir para a casa de parentes ou hotéis. Os moradores começaram a ser cadastrados ontem por assistentes sociais da prefeitura, mas ainda não há data para remoção. Depois que as famílias saírem, a alça norte do viaduto será demolida. A Defesa Civil informou que a Cowan é responsável por custear a hospedagem dos moradores e arcar com o aluguel de uma área para o Colégio Helena Bicalho funcionar. Perguntada sobre o assunto, a empresa não quis se manifestar.

Na última terça-feira, além de afirmar que há risco de queda da alça norte do viaduto, a construtora afirmou ter erros no projeto executivo da obra — os estudos foram feitos feito pela Consol Engenheiros Construtores e entregues à prefeitura de Belo Horizonte. A Cowan sustenta, baseado em perícia particular, que o bloco de sustentação, que fica apoiado sobre 10 estacas e mantinha um dos pilares do viaduto, ruiu na sua parte central e que uma carga de 3 mil toneladas migrou para apenas duas estacas centrais. Segundo a Cowan, havia aço insuficiente no pilar do viaduto.

Apesar da decisão de remover os moradores, Alexandre Lucas afirma que não há risco de queda da alça norte do viaduto, baseado em pareceres de especialistas. No entanto, Lucas reforça a necessidade de demolição por causa do anúncio da construtora responsável de que há possibilidade de desabamento. “A demolição já está definida, em função da divulgação feita pela empresa”, afirmou.