Centro de São Paulo vira praça de guerra Retirada de 200 famílias de um prédio abandonado no coração da capital paulista gerou tumulto e depredação durante o dia de ontem

Publicação: 17/09/2014 03:00

Ônibus biarticulado foi incendiado em frente ao Teatro Municipal (NELSON ALMEIDA/AFP)
Ônibus biarticulado foi incendiado em frente ao Teatro Municipal
A desocupação de um prédio no centro de São Paulo transformou a região em uma praça de guerra, com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, ônibus e barricadas em chamas e depredação de lojas. A polícia fez a reintegração de posse de um edifício que já serviu como sede de um hotel na avenida São João, mas que estava vazio havia dez anos. Seis meses atrás, cerca de 200 famílias ocuparam o prédio.

Sem negociação para a saída das cerca de 800 pessoas que vivem no local, houve tumulto. A polícia, que estava diante do prédio desde as 6h da manhã, disparou bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogêneo. De dentro do prédio, os sem-teto jogavam até móveis pelas janelas. A polícia cercou a região, mas os confrontos se espalharam pelo centro chegando até as ruas comerciais entre o Teatro Municipal e a Praça da Sé.

Com o tumulto, motoristas e passageiros abandonaram alguns ônibus que transitavam pelo local. As ruas foram bloqueadas e um ônibus biarticulado foi incendiado em frente ao Teatro Municipal, por volta das 10h, quatro horas depois do início da operação policial.

O revide da PM com bombas de gás foi imediato. Mais de 30 bombas foram disparadas em menos de cinco minutos de confronto. Mulheres grávidas e com crianças de colo tentavam se proteger na garagem da ocupação. Dezenas de sem-teto do prédio eram colocados nos camburões da PM e encaminhados para três delegacias da região. “Não houve abuso nem truculência. O que houve é que muitos vândalos que não têm nada a ver com a ocupação estão aproveitando para fazer bandalheira”, afirmou o coronel da PM Glauco Silva de Carvalho.