Sonho americano: o retorno
Moradores de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, que já viveram nos Estados Unidos se organizam para voltar à terra
do Tio Sam
Paulo Henrique Lobato
Do Estado de Minas
Publicação: 21/06/2015 03:00
Governador Valadares – Waltency Vieira, de 54 anos, morou cinco anos nos Estados Unidos, onde ganhou a vida na faxina e em salões de beleza. “Houve época que tirei US$ 300 (R$ 900) por dia. No Brasil, como cabeleireiro, faço menos de R$ 100 (US$ 33,3)”, comparou o morador de Governador Valadares, cidade do Vale do Rio Doce conhecida por exportar uma multidão para a terra do Tio Sam desde a década de 1960, quando engenheiros norte-americanos que chegaram à região para a ampliação da estrada de ferro Vitória–Minas despertaram na população o desejo pelo glamour de um país com a economia sólida.
Muitos desses migrantes voltaram à terra natal, a partir de 2008, em razão da crise econômica mundial, que enxugou empregos e renda nos EUA. O Brasil foi um dos últimos países a sentir os efeitos da recessão, porém, nos últimos meses, o Palácio do Planalto não consegue controlar a disparada dos preços de mercadorias e serviços. Tampouco reduzir taxas de juros e frear a cotação de moedas internacionais, como o dólar.
O avanço do dólar e o aumento do custo de vida no Brasil despertaram o desejo de muitos valadarenses em novamente migrar para o país de Barack Obama. Waltency, o cabeleireiro, é um deles. Desta vez, ele quer levar a mulher e os três filhos: “Se Deus quiser, iremos todos”. O que ele e os conterrâneos desejam é fugir de indicadores desfavoráveis, como o rendimento médio do brasileiro, que recuou 2,9% entre abril de 2014 e 2015, de R$ 2.208,08 para R$ 2.138,50, o que ajudou na redução do consumo no país. No salão de Waltency, por exemplo, o serviço despencou pela metade. “Diariamente, há mais ou menos um ano, eu atendia de 16 a 20 pessoas. Hoje, em média, apenas oito. Havia três colaboradores no salão. Em razão da queda na demanda, agora trabalho sozinho.”
O lamento do cabeleireiro ajuda a entender o porquê do retorno da migração de Valadares para a América. “Muita gente que foi para os Estados Unidos retornou à região (com a crise de 2008). Agora, com a alta do dólar, vários estão indo novamente para lá”, conta Paulo Costa, presidente da Associação dos Parentes e Amigos dos Emigrantes (Aspaemig). Ele acrescenta: “A alta do dólar é ruim para o Brasil, mas para Governador Valadares é boa”.
Muitos desses migrantes voltaram à terra natal, a partir de 2008, em razão da crise econômica mundial, que enxugou empregos e renda nos EUA. O Brasil foi um dos últimos países a sentir os efeitos da recessão, porém, nos últimos meses, o Palácio do Planalto não consegue controlar a disparada dos preços de mercadorias e serviços. Tampouco reduzir taxas de juros e frear a cotação de moedas internacionais, como o dólar.
O avanço do dólar e o aumento do custo de vida no Brasil despertaram o desejo de muitos valadarenses em novamente migrar para o país de Barack Obama. Waltency, o cabeleireiro, é um deles. Desta vez, ele quer levar a mulher e os três filhos: “Se Deus quiser, iremos todos”. O que ele e os conterrâneos desejam é fugir de indicadores desfavoráveis, como o rendimento médio do brasileiro, que recuou 2,9% entre abril de 2014 e 2015, de R$ 2.208,08 para R$ 2.138,50, o que ajudou na redução do consumo no país. No salão de Waltency, por exemplo, o serviço despencou pela metade. “Diariamente, há mais ou menos um ano, eu atendia de 16 a 20 pessoas. Hoje, em média, apenas oito. Havia três colaboradores no salão. Em razão da queda na demanda, agora trabalho sozinho.”
O lamento do cabeleireiro ajuda a entender o porquê do retorno da migração de Valadares para a América. “Muita gente que foi para os Estados Unidos retornou à região (com a crise de 2008). Agora, com a alta do dólar, vários estão indo novamente para lá”, conta Paulo Costa, presidente da Associação dos Parentes e Amigos dos Emigrantes (Aspaemig). Ele acrescenta: “A alta do dólar é ruim para o Brasil, mas para Governador Valadares é boa”.