AEROPORTO » Movimento recorde no adeus ao Rio de Janeiro

Publicação: 23/08/2016 09:00

Mais 8.700 membros de delegações partiram ontem (Tania Rego/Agencia Brasil )
Mais 8.700 membros de delegações partiram ontem
O dia seguinte ao encerramento da Olimpíada do Rio começou sem filas para os turistas e integrantes de delegações estrangeiras que começam a deixar a cidade pelo aeroporto internacional do Galeão. A ginasta Simone Biles passou pelo saguão na manhã de ontem rumo ao setor de embarque e foi aplaudida pelos passageiros e funcionários do aeroporto.

De acordo com a assessoria da concessionária responsável pelo Galeão, 85 mil pessoas passaram ao longo do dia pelos terminais do aeroporto internacional – mais do que o dobro do fluxo diário normal e recorde para um único dia. Foram 8.700 membros das delegações em 114 voos para fora do país.

Selfie
A cada minuto um grupo diferente de atletas entrava ontem no saguão do aeroporto internacional do Rio. Mas um time, em especial, chamou mais atenção. Era a “delegação de tietes”, gente de todos os cantos da cidade que aproveitou o feriado extraordinário para se despedir dos astros da Rio-2016. Em vez de medalhas, a disputa era por selfies e autógrafos. E, nesse jogo, o que vale é a quantidade.

Tânia Gomes, 48, seguia o regulamento à risca. “O importante é parecer famoso. Se for alto, está valendo, porque é jogador de vôlei ou de basquete”, explica a dona de casa que veio da cidade vizinha de Saquarema com o marido e a filha Ellen Gomes, 21. “Vimos tudo pela televisão, então resolvemos aproveitar para nos despedirmos. Nem todos são famosos, então não dá para saber os nomes, mas pedimos foto mesmo assim”, contou Ellen, pouco antes de pedir fotos com toda a seleção feminina de basquete da França. Depois, por ter as tranças vermelhas, a pivô Isabelle Yacoubou foi eleita para uma “foto solo”.

Walace Cabral, 23, queria autógrafos. Barbeiro no dia a dia, ele trabalhou como camareiro na Vila dos Atletas. O morador de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, chegou cedo ao aeroporto para recolher as assinaturas e encontrar a delegação da Holanda, que atendeu durante os Jogos. “De todos, eram os que mais tinham carinho comigo. Vim para vê-los e vou passar o dia aqui”, explica ele, que ganhou camisas da seleção holandesa de hóquei na grama.

Mas enquanto os uniformes laranjas não apareciam, Cabral não ficava parado. Com o bloco cheio de assinaturas incompreensíveis, ele decidiu organizar a coleção por modalidade. “O melhor que tenho aqui são os autógrafos do basquete norte-americano”, diz. (Folhapress)