Vaquejada é liberada pelo Senado
A regulamentação foi aprovada com o apoio das bancadas do Nordeste, onde a prática é mais comum. PEC precisa passar ainda pela Câmara
Publicação: 15/02/2017 03:00
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Animais não poderão sofrer maus-tratos nas vaquejadas |
O projeto foi uma dos primeiros a ser pautado pelo novo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). À época da decisão do Supremo, ele foi um dos parlamentares que defenderam que o Congresso apresentasse um projeto para legalizar a vaquejada. A prática é particularmente expressiva no Ceará, estado de origem do senador.
A regulamentação foi aprovada com o apoio das bancadas do Nordeste, onde a prática é mais comum. A iniciativa é a segunda reação do Congresso contra a decisão do STF. Em novembro do ano passado, Câmara e Senado aprovaram de forma relâmpago um projeto que transformou a vaquejada e o rodeio em manifestação cultural e patrimônios imateriais do Brasil.
Um dos principais argumentos de quem defende a legalização da prática é a importância cultural e o retorno econômico. “A vaquejada se expandiu por todo o Brasil e hoje tem uma cadeia produtiva que deve empregar, entre empregos diretos e indiretos, algo em torno de 1 milhão de trabalhadores”, defendeu Otto Alencar (PSD-BA), autor do projeto. O senador afirmou ainda que, desde a decisão do STF, eventos de vaquejadas têm sido cancelados, o que gerou desemprego e tirou o sustento de muitas famílias. O senador Roberto Muniz (PP-BA) disse que a proposta permite a realização das manifestações culturais, registradas como patrimônio cultural brasileiro, desde que não atentem contra o bem-estar animal. “A gente precisa aperfeiçoar essa atividade da vaquejada - geradora de emprego e renda - e discutir o que é cuidar do bem-estar animal, sem negar a possibilidade de uma manifestação cultural”, defendeu.
A questão, porém, encontra forte resistência entre os parlamentares mais ligados às causas dos animais. A líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR), militante das causas animais, também se posicionou contrariamente à medida. “Não vamos involuir. Nós não podemos mais utilizar animais para nossa diversão. Sobre a questão econômica no Nordeste, precisamos fazer um debate para saber o que pode substituir a prática”, disse. (Agência Estado)