Deficit é desafio para novo governo

Publicação: 22/10/2018 03:00

Mesmo com o Brasil derrapando nos resultados da educação básica, os planos de governo dos presidenciáveis são sucintos ao tratar do tema. Fernando Haddad (PT) promete ampliar o número de vagas. “Apoiaremos fortemente os municípios para a ampliação das vagas em creche, que, além de representar um direito dos bebês e das crianças, contribui para a autonomia das mulheres”, destaca o documento registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Por outro lado, Jair Bolsonaro (PSL) defende mudança no conteúdo. “Além de mudar o método de gestão, na Educação, também precisamos revisar e modernizar o conteúdo. Isso inclui a alfabetização, expurgando a ideologia de Paulo Freire, mudando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), impedindo a aprovação automática e a própria questão de disciplina dentro das escolas”, defende.

Os números mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram como a situação é esgarçada. Há em funcionamento no país 67,9 mil creches. Em 2015, foram 3,1 milhões de matrículas realizadas por pais de crianças de zero a três anos. As que ficam de fora podem ter prejuízos no desenvolvimento e na vida escolar.

Catarina de Almeida Santos, coordenadora do comitê da Campanha Nacional pelo Direito à Educação no Distrito Federal e vice-diretora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), diz que é obrigação do governo atender a essas crianças. “A educação infantil é um processo de luta histórica para entender a criança como um sujeito que tem direitos. Quando a criança vai para a creche mais cedo, temos a possibilidade de oferecer condições necessárias para ela se desenvolver com estimulações precoces e desenvolvimento de habilidades”, explica. (Do Correio Braziliense)