Bolsonaro pede que incêndio não seja pretexto para retaliação

Publicação: 24/08/2019 03:00

Em um tom moderado, o presidente Jair Bolsonaro defendeu na noite desta sexta-feira que a série de queimadas na floresta amazônica não pode servir de pretexto para sanções internacionais contra o Brasil.

Em pronunciamento em cadeia nacional, no qual evitou atacar autoridades europeias, o presidente defendeu serenidade e disse que “espalhar dados e mensagens infundadas dentro ou fora do Brasil não contribui para resolver o problema”.

“Incêndios florestais existem em todo o mundo e isso não pode servir de pretexto para possíveis sanções internacionais.

O Brasil continuará sendo, como foi até hoje, um país amigo de todos e responsável pela proteção de sua floresta amazônica”, disse.

O presidente da França,  Emmanuel Macron, classificou os incêndios criminosos como uma crise internacional, prometeu levar o assunto para o G7 e disse que, caso a situação não mude, defenderá que não seja fechado o acordo entre Mercosul e União Europeia. “Diversos países desenvolvidos, por outro lado, não conseguiram avançar com seus compromissos no âmbito do Acordo de Paris. Seguimos, como sempre, abertos ao diálogo, com base no respeito, na verdade e cientes da nossa soberania”, disse Bolsonaro.

O presidente brasileiro disse ainda que países desenvolvidos ofereceram ajuda para reduzir as queimadas e afirmou que eles se prontificaram a “levar a posição brasileira junto ao G7”, em uma referência aos Estados Unidos.

“É preciso ter serenidade ao tratar dessa matéria. Espalhar dados e mensagens infundadas dentro ou fora do Brasil não contribui para resolver o problema. E se prestam apenas a uso político e à desinformação”, disse.

PANELAÇOS
Foram registrados panelaços em diversas cidades brasileiras durante o pronunciamento do presidente na TV, em rede nacional, para emitir posicionamento sobre a crise decorrente das queimadas na Amazônia, que gerou repercussão global.

Houve panelaços em capitais, como Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Na capital paulista, os protestos ocorreram com gritos de “Fora, Bolsonaro!” e “Ele não”. No Recife, os panelaços foram registrados na Zona Sul e em outros locais. No Rio e em Belo Horizonte também houve registros. (FolhaPress)