Alvo da PF, presidente do INSS é demitido
Alessandro Sefanutto foi um dos alvos da operação deflagrada ontem para apurar descontos não autorizados em benefícios que somam R$ 6,3 bi
Publicação: 24/04/2025 03:00
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Lewandowski e Carvalho anunciaram a suspensão de todos os acordos em vigor |
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi exonerado ontem após ter sido alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) para apurar suspeitas de um esquema de descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas. A demissão foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mais cedo, a Justiça Federal já havia determinado o afastamento cautelar de Stefanutto e de outros cinco servidores públicos. O cálculo é que entidades investigadas tenham descontado de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumpriram 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária em Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.
No estado, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos, todos no Recife, em agências da Previdência e em residências de pessoas físicas. Não houve prisões.
ACORDOS
Em entrevista coletiva, os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, da Previdência Social, Carlos Lupi, e da Controladoria-Geral da União, Vinicius de Carvalho, anunciaram a suspensão de todos os acordos com organizações da sociedade civil, autorizando-as a cobrar mensalidades associativas de aposentados e pensionistas. “Para além da decisão judicial, que suspendeu os descontos para nove dessas entidades, estamos suspendendo os acordos de cooperação técnica de todas as demais organizações”, disse o ministro da CGU. Cerca de 3 milhões de beneficiários têm algum valor deduzido de suas aposentadorias e pensões a título de desconto associativo.
Os três foram unânimes ao afirmar que os valores descontados ilegalmente deverão ser, em algum momento, restituídos aos prejudicados. (Com Agência Brasil)