O ex-advogado-geral da União Bruno Bianco confirmou, ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF), que o então presidente Jair Bolsonaro o indagou, em reunião após as eleições de 2022, sobre algum problema que pudesse ser usado para reverter o resultado das urnas. Bianco foi ouvido como testemunha da defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que é réu na ação penal sobre trama golpista que teria operado para manter Bolsonaro no poder,  mesmo após derrota no pleito.

“Houve uma reunião”, afirmou Bianco, em resposta ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que o indagou se, após o segundo turno, Bolsonaro o teria sondado sobre alguma “possibilidade jurídica de reverter os resultados das urnas”. “Tal encontro foi específico sobre como havia ocorrido o pleito eleitoral, se havia algum problema jurídico”, completou.

De acordo com Bianco, o então presidente perguntou, na ocasião, após entrevista coletiva sobre a transição de governo, se o ex-ex-advogado-geral da União vislumbrava um caminho jurídico que pudesse servir para questionar o resultado das urnas.

“Respondi que, na minha ótica, a eleição havia ocorrido de maneira correta, sem nenhum tipo de problema jurídico”, reforçou Bianco. “O presidente, pelo menos na minha frente, se deu por satisfeito.” Hoje estão marcados os depoimentos no STF  de testemunhas do ex-presidente Jair Bolsonaro. (Agência Brasil)