Estratégia do Brasil será debatida hoje Respostas ao tarifaço serão construídas por área econômica, com foco em impactos específicos e possibilidade de negociações com os Estados Unidos

Publicação: 31/07/2025 03:00

Sanção: Lula também manifestou solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes (RICARDO STUCKERT/PR)
Sanção: Lula também manifestou solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes

O governo federal decidiu que não adotará um plano único de contingência para enfrentar a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A estratégia começa a ser debatida hoje, com foco em medidas que considerem os impactos por setor da economia.

A decisão de fatiar a resposta foi tomada após reunião de emergência realizada ontem no Palácio do Planalto, logo depois da publicação da ordem executiva assinada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, que  justifica a medida com base em critérios de segurança nacional e direitos humanos.

Agora, a prioridade do governo brasileiro é entender o impacto da nova alíquota sobre as exportações do país. Os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) foram encarregados de levantar dados detalhados sobre as perdas potenciais para cada segmento produtivo. Fica a cargo do vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, apresentar um panorama inicial com estimativas sobre volumes e valores que podem ser afetados pela medida. 

Ao invés de uma resposta única, a ideia do governo é estruturar um conjunto de medidas direcionadas. Setores mais prejudicados podem receber incentivos, apoio financeiro ou estímulos às exportações. A adoção de mecanismos de compensação está entre as possibilidades.

Além das ações internas, o Planalto também considera a possibilidade de abrir uma nova rodada de negociações com os Estados Unidos para tentar reverter ou atenuar a decisão.

Reunião de emergência

A reunião que antecedeu o plano foi convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contou com a participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União). Como está em missão oficial nos EUA, o chanceler Mauro Vieira foi representado no encontro.

Apesar de breve, com duração de cerca de uma hora, a reunião  serviu para alinhar as principais áreas do governo diante do novo cenário. Não foram tomadas decisões concretas, mas o encontro abriu caminho para a formulação das respostas. (Metrópoles)