Classe C também curte passar férias em resort Nova classe média já responde por 30% das hospedagens do grupo português Vila Galé. Presidente da rede quer investir mais nesse público

THATIANA PIMENTEL
thatianapimentel.pe@dabr.com.br

Publicação: 27/07/2014 03:00

Diária dupla no Vila Galé Eco Resort, no Cabo de Santo Agostinho, varia entre R$ 650 e R$ 900. E tem demanda (GRUPO VILA GALE/DIVULGAÇÃO)
Diária dupla no Vila Galé Eco Resort, no Cabo de Santo Agostinho, varia entre R$ 650 e R$ 900. E tem demanda
As classes A e B estão disputando espaço com a classe média dentro dos resorts de luxo brasileiros. Uma prova disso está acontecendo nos sete empreendimentos do grupo Vila Galé no país, onde a classe C já corresponde a 30% das hospedagens. Com o objetivo de se tornar a maior rede de resorts operando no Brasil, a determinação de Jorge Rebelo, presidente do Vila Galé, é foco nessa nova parcela de hóspedes.

E isso vale tanto para os hotéis em operação, como o Vila Galé Eco Resort, do Cabo de Santo Agostinho, quanto para os futuros empreendimentos da rede no país. A lista de novidades inclui o Vila Galé Rio de Janeiro, que será inaugurado em novembro, o flat que está sendo construído em Fortaleza e deve operar em 2016, e o hotel butique que o grupo planeja abrir no Recife Antigo. O projeto ainda  está em estudo.

Rebelo acredita que o segredo para o crescimento (a rede já possui 21 hotéis em Portugal) está em atrair a classe média com o esquema de hospedagem all inclusive, onde as refeições, bebidas e serviços já estão incluídos no preço das diárias. “Nos últimos anos, a ascensão da classe C no Brasil têm sido surpreendente. Com mais postos de trabalho, maior renda e crédito, essas famílias têm uma demanda reprimida que querem suprir e essa é uma boa oportunidade para o trade turístico.”

Para o presidente do Vila Galé, ao incluir tudo no preço, fica mais fácil aos pais da classe C viajarem com seus filhos. “Assim, as crianças podem pedir tudo e os pais não terão um susto na conta”, completa. Na teoria de Rebelo, isso compensa o valor de uma diária dupla no Vila do Cabo, que varia entre R$ 650 e R$ 900. Dentre as comodidades do local, que recebeu investimentos de aproximadamente R$ 17 milhões nos últimos quatro anos, estão os cinco restaurantes, as quadras poliesportivas, parque infantil, centro de convenções e o bar da praia.

Sobre os planos de expansão em Pernambuco, Jorge Rebelo reforça a perspectiva de restaurar alguns prédios do Recife Antigo e construir no local um hotel butique. “Em todos os estados que investimos no Brasil, que são Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, temos dois hotéis, menos em Pernambuco. Geralmente um resort no litoral e um hotel boutique no centro. Um ajuda a vender o outro. Só nos falta um hotel no Recife e, minha preferência é o Recife Antigo.” Mas, segundo ele, para tocar o projeto é preciso que haja mais investimento público na área. “O bairro é lindo, mas sinto falta de jovens morando, padarias, farmácia e mais restaurantes.”