Trevo foca no jogo do bicho Segunda fase da operação da PF apreende dinheiro e documentos nas bancas Caminho da Sorte e Aliança, suspeitas de fraudes

AUGUSTO FREITAS
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Publicação: 22/11/2014 03:00

Polícia Federal falou da segunda fase da operação, direcionada ao jogo do bicho (AUGUSTO FREITAS/DP/D.A PRESS)
Polícia Federal falou da segunda fase da operação, direcionada ao jogo do bicho
APolícia Federal em Pernambuco deflagrou, ontem, a segunda fase da operação Trevo, iniciada no último dia 11 para desarticular uma quadrilha que supostamente agia com fraudes de títulos de capitalização popular, jogos de azar, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro e a economia popular. Ontem, os agentes vasculharam estabalecimentos comerciais e confiscaram R$ 315 mil. Deste valor, R$ 220 mil foram apreendidos em um ponto da banca Aliança e R$ 135 mil na residência de um donos da banca Caminho da Sorte. Os valores somam-se aos R$ 2,5 milhões e US$ 360 mil (cerca de R$ 926 mil na cotação do dia 11) já confiscados durante a primeira etapa da operação.

Segundo a PF, uma equipe formada por 160 policiais, entre agentes federais e civis, tentou cumprir 43 mandados de busca e apreensão em residências e pontos comerciais e 25 conduções coercitivas em Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes.
Também foram vistoriadas bancas de jogo supostamente envolvidas no esquema fradulento, como Aky Loterias, A Paraibana e Sonho Real. De acordo com a superintendência regional da Polícia Federal, a segunda fase da operação foi necessária diante da complexidade da rede criminosa e dos valores movimentados de forma ilegal, em torno de R$ 1 bilhão nos últimos quatro anos.

“A segunda fase se concentrou nas bancas de jogo do bicho envolvidas no esquema e servirá para colher novas provas, documentos e valores, fortalecendo as investigações. O jogo do bicho, embora tenha um cunho cultural no Brasil, esconde, em muitos casos, práticas delituosas contra a economia popular, como a lavagem de dinheiro”, explicou Marcello Diniz Cordeiro, superintendente regional da Polícia Federal em Pernambuco.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 130 milhões, entre várias contas bancárias, e o sequestro de 19 automóveis de luxo, além de imóveis usados em nome dos investigados suspeitos de “lavar” o dinheiro ilícito. Também foram cumpridos 24 mandados de prisão preventiva, 11 de prisão temporária e 61 de busca e apreensão. Os suspeitos de participação no esquema são o Grupo da Sorte, A Paraibana, e a Shock Machine.

O Tribunal Regional Federal negou o pedido de habeas corpus para os irmãos Dito, Júlio, Claúdio e Gustavo Paschoal, sócios da empresa Pernambuco dá Sorte e Zanone Tavares, diretor executivo, que foram presos na primeira fase da operação. Segundo um dos advogados do grupo, Alexandre Lustosa, o pedido deverá ser julgado novamente em sessão do TRF, o que deve acontecer na próxima quarta-feira.