Apenas nos últimos 12 meses, o Recife Antigo recebeu 23 empreendimentos entre bares, cafés e restaurantes

Um bairro em processo de renascimento comercial. Este é o retrato do Recife Antigo hoje. O coração da capital pernambucana se recupera dos ciclos de decadência do passado tentando abrigar um mix sustentável e diversificado de projetos empresariais. Ações como as ciclofaixas e o Dançando na Rua estão atraindo mais 30 mil pessoas nos fins de semana para as ruas do bairro. Junto com o público, se consolida a atração comercial da área, que está sendo capitaneada pelo setor de alimentos e bebidas. Nos últimos 12 meses, o Recife Antigo recebeu 23 bares, cafés e restaurantes e a expectativa é que a região se torne um forte polo gastronômico até 2016, servindo a turistas, visitantes e aos empreendimentos do Parque Tecnológico, capitaneado pelo Porto Digital, que embarca cerca de 250 empresas.

Dos novos lançamentos, seis estão localizados no Porto Novo, investimento de R$ 58 milhões que irá abrigar 15 lojas nos antigos Armazéns 12 e 13. Já se instalaram a Frisabor, Go!Temakeria, Seu Boteco, Bar da Devassa, Café São Braz e Laça Burguer. E, ainda neste trimestre, um hotel começará a ser construído no local, com inauguração prevista para 2017. “Ter um empreendimento de hospedagem no Bairro do Recife irá atrair ainda mais turistas para o Centro, principalmente os turistas que precisam visitar o Porto Digital a negócio”, afirma Camilo Simões, secretário municipal de Turismo.

Junto aos armazéns, novos negócios se destacam nas Ruas do Apolo, Madre Deus, Bom Jesus, Moeda, Rio Branco e Marquês de Olinda como o Roda Café, Sansa, FidélioLagio, Just Kone, Frutos do Brasil, Na Cozinha, Parrilha, Café Cena Bar e Café do Porto, além dos espaços para coworking que estão crescendo na região, como o The Hub e o Softex. “Ainda temos os museus do Paço e Cais do Sertão, todos espaços únicos no Brasil. E estamos em negociações avançadas para concretizar o ônibus turístico que irá circular entre o Recife e Olinda”, detalha Simões.

Para Paulo Barros, proprietário do Sansa, a movimentação causada pela ciclofaixa e a prioridade aos pedestres são os principais fatores da renovação dos negócios locais. “Eu me instalei em outubro de 2013 e desde então só vejo o Recife Antigo crescer. Todos os dias, além dos clientes fiéis, eu atendo pessoas novas”, afirma. O empresário ressalta que o cenário é positivo mas não o ideal. “A quantidade de prédios desocupados no bairro espanta as pessoas. A prefeitura precisa rever essa situação.” O diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Valter Jarocki, acredita que o trabalho que está sendo feito no bairro vai consolidar a vocação gastronômica da região em curto prazo. “Ainda existem áreas falhas como a segurança, mas as perspectivas são muito positivas”, finaliza Jarocki.