Um ano colorido para as livrarias
Nova moda entre os
adultos, Jardim
Secreto e Floresta
Encantada são dois
dos responsáveis por
aumentar as vendas
do setor em abril
MARINA MEIRELES
Especial para o Diario
marinameireles.pe@dabr.com.br
Publicação: 26/05/2015 03:00
Gorete viu os livros em uma livraria, comprou os dois e agora usa as aquisições para relaxar e exercitar a criatividade |
O fenômeno dos livros de colorir para adultos, popularizado na França em 2013, chegou ao Brasil no Natal do ano passado. Em 2015, os títulos caíram de vez nas graças dos consumidores, fazendo, inclusive, com que o volume total de livros vendidos aumentasse 11,2% em relação a abril de 2014. Ainda segundo o levantamento do Snel, no primeiro quadrimestre de 2015, a alta acumulada nas vendas ficou em 3,4%.
Marcos da Veiga Pereira, presidente do sindicato, diz que o sucesso dos títulos para colorir não era imaginado pelas editoras. Na primeira edição de Jardim Secreto, a tiragem inicial foi de apenas 15 mil exemplares. Nos próximos meses, ele prevê uma acomodação dos números, mas ainda com expressividade em relação ao restante dos outros segmentos de livros. “Não é possível estimar qual será a longevidade deste ciclo, mas a expectativa geral do mercado é que as vendas sigam fortes até o Natal”, afirma.
O ânimo do mercado nacional também contagia os estabelecimentos do Recife. Iara Freire, gerente de eventos da Livraria Jaqueira, conta que as vendas foram ainda mais significativas. “Tivemos um aumento de 15% no nosso faturamento. Os livros estão tendo uma procura muito grande e, em alguns momentos, nosso estoque chegou a acabar”, comemora. Devido ao êxito nas vendas desse segmento, Iara explica que as editoras têm investido na produção de títulos que vão além das florestas e jardins, oferecendo ao consumidor páginas em branco com desenhos de estampas e mandalas. “Dedicamos uma das áreas da loja para a exposição exclusiva dos livros e de lápis de colorir. Quando os clientes vêm, eles nunca levam um livro só.”
A estratégia funcionou com a empresária Gorete Moura, que levou, de uma só vez, dois dos três títulos mais vendidos segundo a pesquisa do Snel. Mesmo sendo uma cliente que já costumava comprar livros independentemente de modismos, ela afirma ter se interessado pelos títulos para colorir ao encontrá-los num estabelecimento. “Uma amiga postou numa rede social uma pintura que havia feito em um dos desenhos. Quando fui à livraria e achei os volumes, me interessei e trouxe mais de um para casa. Consigo relaxar e exercitar a criatividade com eles.”