Padarias apostam na energia do Sol Panificadoras do Grande Recife foram habilitadas no PE Solar, programa que tem como meta baixar os custos das micro e pequenas empresas

ROSA FALCÃO
rosafalcao.pe@adabr.com.br

Publicação: 16/07/2015 03:00

Programa começa comcerca de 30 padarias, mas a expectativa é incluir outras 200 (ANTÔNIO CUNHA/ESP. CB/D.A PRESS - 25/07/13)
Programa começa comcerca de 30 padarias, mas a expectativa é incluir outras 200
Cerca de 30 panificadoras do Grande Recife são os primeiros empreendimentos de pequeno porte habilitados ao programa de microgeração de energia solar estadual, batizado de PE Solar. O programa tem como objetivo o uso da fonte alternativa para reduzir os custos de produção das micro e pequenas empresas com energia. Os contratos para a aquisição de equipamentos e dos painéis fotovoltaicos devem ser homologados até o fim do mês pela Secretaria de Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação. O financiamento será obtido junto ao Banco do Nordeste, através da linha de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste Verde (FNE Verde), cujos recursos disponíveis somam R$ 5 milhões este ano.

Nesta primeira etapa do PE Solar, o público alvo são as padarias porque a energia é um dos principais custos destes consumidores. O presidente da cooperativa de panificadores de Pernambuco, José Cosme, diz que a sua padaria será a primeira a instalar os painéis fotovoltaicos. Proprietário da Pão Pão, na Rua Imperial, ele gasta em média R$ 2,6 mil por mês com a conta de luz. “Minha expectativa é reduzir em 40% a despesa com a energia”. Cosme estima que o investimento será de R$ 70 mil para a compra e a instalação dos equipamentos. “Em dois anos a gente tira o valor do investimento com a redução dos custos de energia.”

De acordo com o secretário de Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação, Evandro Avelar, a expectativa é a de que 200 panificadoras de outras regiões do estado se candidatem ao financiamento, que conta com o aval da Agência de Fomento de Pernambuco (Agefepe). “O programa está em operação, o dinheiro existe. Mas é preciso que o empresário se habilite”, diz. Além dos panificadores, as pequenas mercearias e os mercadinhos são os próximos segmentos econômicos que deverão aderir ao programa de microgeração de energia solar.

A Agepe é o agente intermediador dos contratos de financiamento entre os empreendedores e o BNB. Jackson Rocha, presidente da agência estatal de fomento, explica que os empréstimos poderão cobrir até 80% dos custos do projeto de microgeração, cujo limite é R$ 300 mil com recursos do FNE Verde. A carência é de seis meses para começar a pagar. O prazo de quitação é de até oito anos. Os juros são de 8,4% ao mês, mas poderão cair para 7% se o cliente for bom pagador. Rocha destaca que a aprovação do projeto dependerá da viabilidade técnica e da capacidade de geração de energia solar de cada empreendimento.