IPCA-15 » Inflação bate na casa dos dois dígitos

Publicação: 22/10/2015 03:00

A inflação acumulada em 12 meses passou dos 10% em cinco das 11 capitais pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para apurar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado ontem. Com isso, instituições e especialistas não descartam a possibilidade de 2015 fechar com a carestia batendo nos dois dígitos. Em relatório, o Brasil Plural já revisou sua projeção para o IPCA, elevando-a de 9,7% para 9,9% no fim do ano.

O IPCA-15 teve variação de 0,66% em outubro ante 0,39% em setembro. Essa foi a taxa mais alta para o mês desde 2002, quando foi de 0,90%. Em 12 meses, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre tiveram índices superiores aos 10%. “O IPCA é uma média ponderada. Esses dados não apontam diretamente para inflação em dois dígitos, mas, infelizmente, isso pode ocorrer este ano, sobretudo se o governo aumentar a Cide”, destaca o economista-sênior do Banco Haitong, Flavio Serrano. Ele aposta que será a única saída para arrecadar mais, principalmente se o retorno da CPMF não for aprovado pelo Congresso.

A inflação de outubro foi influenciada pelos três grupos que mais pesam no orçamento das famílias. Habitação (1,15%), transportes (0,80%) e alimentação e bebidas (0,62%), juntos, foram responsáveis por 72,73% do IPCA-15. O botijão de gás, com alta de 16,11% no acumulado dos últimos dois meses, a gasolina, 1,70% mais cara em outubro, e o etanol, custando 4,83% a mais nas bombas, tiveram pesos expressivos para a disparada da inflação.

“É uma fase de ajuste de preços relativos, com tarifas públicas, gás e combustíveis em alta. Ainda teremos mais um reajuste na gasolina para equalizar o preço. E a taxa de câmbio também está pressionando a carestia. Por isso, o IPCA deve bater em 10% este ano” diz o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), Nicola Tingas. (Do Correio Braziliense)