Economia se aprende na escola Colégios privados estão apostando na instalação de placas fotovoltaicas para redução na conta de luz, com uma geração limpa com apoio do estado

ROSA FALCÃO
rosafalcão.pe@dabr.com.br

Publicação: 14/02/2016 03:00

Escola Conhecer instalou placas fotovoltaicas e o Colégio Fazer Crescer projeta nova unidade com geração de energia para o consumo próprio (IRONILDO MACHADO/ARQUIVO INSOLE)
Escola Conhecer instalou placas fotovoltaicas e o Colégio Fazer Crescer projeta nova unidade com geração de energia para o consumo próprio

As escolas privadas descobriram nas placas fotovoltaicas uma fonte de energia alternativa para fugir das bandeiras tarifárias que encarecem a conta de luz e, ao mesmo tempo, aderir às práticas sustentáveis. Dois colégios recifenses – Conhecer e Fazer Crescer – são os pioneiros na geração de energia solar em Pernambuco. Com o incentivo do Programa PE Solar, que abre as portas para o financiamento de projetos de microgeração distribuída, as duas unidades de ensino instalaram placas fotovoltaicas nos telhados dos prédios para gerar energia para o consumo próprio durante o dia e jogar o excedente na rede de distribuição da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

O setor educacional é o terceiro segmento a aderir ao programa PE Solar. As padarias da área metropolitana do Recife deram a largada. Em seguida, os hotéis e pousadas de Porto de Galinhas e Fernando de Noronha descobriram a fonte de energia alternativa. O diretor do Colégio Conhecer, Rômulo Wanderley, é engenheiro elétrico e conhece bem as vantagens da geração solar. “Além de ser um fonte limpa, tem o custo mais baixo e traz economia na conta de luz. O nosso consumo de energia é alto e a tendência é aumentar. Tivemos o incentivo do PE Solar e fomos pioneiros no uso de energia solar nas escolas”, comenta.

Localizado na Cidade Universitária, o Colégio Conhecer instalou na cobertura do prédio, em dezembro passado, 108 placas solares com a capacidade de geração de 3.900 quilowatts (kW). O consumo mensal da unidade de ensino é de 4.500 quilowatts/mês. “Já podemos perceber uma economia de 86% do consumo de energia”, diz o diretor da escola. A fatura mensal de energia é de R$ 1,7 mil de cada prédio.

O sistema fotovoltaico foi montado para suprir a demanda de energia de dois prédios. Segundo Wanderley, como o sistema começou a gerar energia solar nas férias escolares, a partir deste mês será feita uma avaliação do consumo na volta às aulas. O investimento para a instalação das placas solares foi de R$ 185 mil, financiado em 8 anos, com seis meses de carência e juros de 8% ao ano.

Sustentabilidade
A sócia-diretora do Colégio Fazer Crescer, Glaúcia Vitalino Lira, conta que está concluindo a construção do novo prédio, cujo conceito arquitetônico sustentável inclui o uso de energia solar, além do combate ao desperdício e a destinação correta do lixo. O projeto prevê a instalação de 126 painéis fotovoltaicos com a capacidade de geração de 69.174 quilowatts/ano. O investimento total do sistema de microgeração solar foi de R$ 350 mil. Segundo Gláucia, a conta de energia elétrica do colégio é de R$ 15 mil/mês e a expectativa é de economizar em torno de 40% com o uso da energia solar.

“Estamos aliando o conceito de sustentabilidade com a economia de energia. Nossa expectativa é produzir energia solar suficiente para suprir a nossa demanda”, diz a diretora do Fazer Crescer. Ela destaca a vantagem de colocar o excedente de energia solar no sistema interligado da Celpe e acumular créditos que podem ser usados como desconto na conta de luz. Além disso, o sistema de microgeração de energia solar poderá ser usado como laboratório, para as aulas com os estudantes. O colégio fica no bairro do Rosarinho e tem 1.000 alunos matriculados desde a educação infantil ao ensino médio.

 

Saiba mais

 

Usinas de energia solar em operação no Brasil    33
Potência instalada    21.336 (kW)

Empreendimentos de energia solar com construção não iniciada    40
Potência outorgada    1.142.975 (kW)

Usinas de energia solar em operação em Pernambuco    2
Fontes Solar I (Tacaratu)        5.000 (kW)
Fontes Solar II (Tacaratu) 5.000 (kW)
Potência instalada 10.000 (kW)

Fonte: Aneel

Matriz energética brasileira

Tipos de energia    Capacidade instalada (em KW)
Biomassa     8.6813
Eólica            3.4846
Fóssil (térmicas)        17.9098
Hídrica            62.7660
Nuclear        1.3998
Solar            0.0106
Importação        5.7472
Fonte: Aneel