Entre as startups mais promissoras do mundo Com sede no Recife, a Epitrack trabalha com detecção digital de doenças de forma colaborativa

THATIANA PIMENTEL
thatianapimentel.pe@dabr.com.br

Publicação: 26/03/2016 03:00

Empresa já tem plataformas funcionando no Brasil, EUA, Canadá e Porto Rico (RODOLFO GOULD/DIVULGAÇÃO)
Empresa já tem plataformas funcionando no Brasil, EUA, Canadá e Porto Rico
Pernambuco já contribui para um mundo melhor através da tecnologia, com projetos e experiências das universidades, incubadoras e aceleradoras. Mas entre as centenas de produtos, serviços e processos inovadores, um deles pode realmente fazer a diferença. A recifense Epitrack, que trabalha com detecção digital de doenças de forma colaborativa, foi a única brasileira escolhida como uma das 27 startups mais promissoras pelo concurso do fundo internacional The Venture. No portfólio da empresa estão o combate, a prevenção e o controle da dengue, zika e chikugunya.

Na disputa da qual da Epitrack é finalista e concorre a um prêmio de US$ 1 milhão, as empresas selecionadas usam ideias inovadoras que têm como objetivo provocar uma mudança social ou ambiental positiva. Criado em 2013, o projeto da startup pernambucana foi lançado na Copa do Mundo de 2014, com o aplicativo Saúde na Copa. Segundo o biomédico e especialista em saúde pública Onício Neto, sócio-fundador da Epitrack, o interesse da companhia é desenvolver ferramentas dedicadas à colaboração das pessoas, a partir da informação sobre sintomas que possam ajudar a entender e prevenir epidemias.

“Quando as pessoas baixam nossos apps e repassam os dados, conseguimos utilizar essa informação para entender o cenário atual de alguma doença específica ou até mesmo prever a ocorrência de surtos”, explica Neto. O processo criado e desenvolvido pela startup também é conhecido na área epidemiológica por Vigilância Participativa em Saúde (Participatory Health Surveillance). A empresa tem plataformas funcionando no Brasil, Estados Unidos, Canadá e Porto Rico. A Epitrack já emprega 18 pessoas, incluindo os sócios Jones Albuquerque (PhD em computação) e Juliana Perazzo (mestre em saúde pública), possui quatro clientes, 110 mil usuários e, em 2015, fechou o ano com um faturamento de R$ 2,5 milhões.

Segundo Onício Neto, a empresa está em busca de investimentos. “Precisamos escalar nossas soluções e chegamos a um ponto em que um investimento poderia suprir essa necessidade. O plano para 2016 é chegar a uma solução que una as atuais plataformas de detecção digital de doenças, que é nossa, com biossensores. Este é um projeto que tem cooperação técnica formal com o Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA) sediado Universidade Federal de Pernambuco.”

Nessa cooperação, pesquisadores de Israel estão trabalhando com a Epitrack para a construção de uma solução que poderá auxiliar no combate da zika. A Epitrack também vai participar de um curso na Singularity University, da Nasa, e acaba de passar por um programa de transformação chamado Accelerator Week, no Centro de Empreendedorismo Social, criado pelo Skoll Centre e incorporado pela Saïd Business School da Universidade de Oxford, em Londres. Tudo isso com patrocínio do uísque Chivas Regal, que é o criador do concurso.

Votação
De 9 de maio a 13 de junho, o público de todo o mundo poderá escolher seus finalistas favoritos pelo https://www.theventure.com/. Durante cinco semanas, o voto popular irá determinar como serão divididos os primeiros US$ 250 mil do prêmio, que serão destinados a financiamento dos projetos escolhidos. O restante do valor, US$ 750 mil, será entregue na final, em julho, na cidade de Nova York, após uma disputa na frente dos jurados do concurso.