TJPE economiza com o home office
Tribunal iniciou projeto-piloto em uma diretoria, em caráter experimental, mas pretende ampliar para outras unidades. Produtividade aumentou
ROSA FALCÃO
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Publicação: 24/05/2016 03:00
Janaína Ferro optou pelo regime integral de teletrabalho nos cinco dias da semana |
A técnica judiciária Janaína Ferro, 33, optou pelo regime integral de teletrabalho. Ela dá expediente em casa, cinco dias na semana, totalizando 30 horas de trabalho semanais. “No Recife, você perde muito tempo no trânsito. Eu moro na Iputinga e gastava 40 minutos para chegar à Joana Bezerra e mais 50 minutos para voltar para casa. A gente ganha qualidade de vida. Acorda e já começa a trabalhar e sobra tempo para outras coisas.” Janaína cursa o sétimo período de direito e aproveita o tempo livre para se dedicar à monografia.
A condição para permanecer no teletrabalho é o cumprimento de metas. Os cinco servidores no regime integral têm que incrementar em 30% a meta de 500 movimentações/mês nos processos judiciais e atingir 650 ações. No regime parcial, os 14 funcionários têm a meta ampliada em 10%, com 550 movimentações/mês. “A responsabilidade é maior, mas eu consigo produzir mais e ultrapassar a meta”, diz Janaína. Desde que iniciou no novo modelo de trabalho, ela não precisou se deslocar à Diretora Cível de 1º Grau, onde está lotada.
Brenno Cavalcanti, 25, aderiu ao teletrabalho parcial. Ele mora em Boa Viagem. Trabalha dois dias em casa e três dias no Fórum Rodolfo Aureliano. “O regime parcial tem a vantagem de aumentar a produtividade, de não perder o contato com os colegas, o público e a chefia.” Formado em direito, Brenno conta que não teve dificuldade de adaptação. Cumpre seis horas diárias e aproveita o tempo que ganha com a mobilidade para almoçar no horário normal.
O teletrabalho no Judiciário é possível porque o TJPE implantou o processo eletrônico. O sistema informatizado permite que os servidores movimentem os processos à distância. Eles são monitorados por uma equipe que apresenta relatórios mensais de produtividade. “Iniciamos pela Diretoria Cível porque é a unidade que lida só com processo eletrônico. Nos comunicamos por e-mail, Skype, e videoconferências periódicas”, explica a juíza Cíntia Daniela Bezerra de Albuquerque, coordenadora da Diretoria Cível de 1º Grau.
“Traz benefícios para o Judiciário porque trata-se de uma solução criativa, que economiza os serviços, como energia elétrica e ligações telefônicas, e o servidor não precisa enfrentar o trânsito, porque trabalha em sua residência produzindo mais”, destaca o desembargador Leopoldo Raposo, presidente do TJPE. Ele pretende ampliar o home office para outros setores do Judiciário, assim que o Conselho Nacional de Justiça(CNJ) regulamentar o teletrabalho.