Dólar frustra mercado de shows
Cotação alta da moeda norte-americana levou segmento de entretenimento a valorizar mais o artista local, porque internacionais estão %u201Cinviáveis%u201D
ANDRÉ CLEMENTE
andreclemente.pe@dabr.com.br
Publicação: 05/06/2016 03:00
OBrasil está uma carestia. Imagina para quem compra em dólar para vender em real. O mercado do entretenimento sempre se posiciona como um grande termômetro da valorização da moeda norte-americana, por sempre incluir artistas internacionais no circuito de eventos. Pernambuco segue o movimento nacional e tem respondido com cautela às contratações de estrangeiros. Com dólar caro, a resposta tem sido “valorizar” artistas locais, já que não dá para repassar todos os custos para o ingresso em um estado e um país com desemprego em alta e queda de consumo, principalmente do que entra na lista de itens supérfluos.
De acordo com Sílvio Pontual, organizador de eventos com participação de artistas internacionais, o Brasil inteiro está apertado. “A diferença é que é um ‘assunto’ nosso. Então os artistas nacionais se adaptaram e revisaram para baixo os seus cachês. Já o mercado internacional continua vendendo, contratando e o Brasil é só um dos clientes. A conta é simples. O dólar dobrou de preço frente ao real e a gente precisa de dólar para pagar artista internacional”, destaca o responsável pela vinda de DJs como David Guetta, Hardwell, Tiesto e Fatboy Slim, além de cantores como Jason Mraz e Jack Johnson. “Sem falar que a gente continua contratando, pagando em dólar e a forma de recuperar o dinheiro é por meio de ingresso, que vai ser vendido no Brasil em real e em um mercado de crise e desemprego. A queda foi de 20% nas vendas. Um festa fácil de vender 10 mil ingressos atualmente vendo 8 mil com estratégias, parcelando. Fica inviável. É mais interessante promover eventos nacionais, já que houve adaptação”, destacou. Pontual é promotor de eventos como Olinda Beer e Tamandaré Fest.
Juliana Cavalcanti, diretora da Reality, empresa que promove o King Festival, reforça a problemática de não poder repassar o aumento do dólar no preço do ingresso. “Atrapalha muito promover esse tipo de atração com o país em crise. O dólar pipocou. Era R$ 2,60 e chegou a R$ 4,20. O cachê aumenta o investimento da gente e se colocar o custo no ingresso, não vai vender a quantidade para fechar a conta”, explica. A Reality também promove a Essential Party, que traz DJs do mundo inteiro.
Como o valor do cachê é atualizado com o dólar, Juliana tem seguido a receita e investido mais no mercado nacional. “O número de festas é mantido, mas a quantidade de participação internacional era maioria. Hoje, fica meio a meio. Faço cinco festas por ano, mas eu só trago dois DJs de fora. Antes, eram quatro, cinco”, resume.
O que conta em favor do Brasil, segundo Silvio Pontual, é que o nosso país possui um “charme” que agrega ao artista internacional, o que favorece outros condicionantes. “Esse abraço ao estrangeiro pode provocar uma adaptação do showbusiness internacional, porque o cantor pode estar por perto, na Argentina, por exemplo, e articula a vinda para o Brasil porque dilui o custo de trazer a infraestrutura de show e de banda entre os promotores dos países. É uma oportunidade extra para o Brasil e a gente inclui o Recife nessa rota”, acrescenta.
Sobre o futuro, ele tem esperança de dias melhores. “A quantidade tem diminuído, existe um processo mais lento de vendas, mas a gente vê que tem um mercado ocioso e pronto para voltar em qualquer melhora da economia. Alguns shows internacionais que vieram para o Brasil tiveram um público excelente. O evento bomba, mas a conta tá mais apertada”, espera.
De acordo com Sílvio Pontual, organizador de eventos com participação de artistas internacionais, o Brasil inteiro está apertado. “A diferença é que é um ‘assunto’ nosso. Então os artistas nacionais se adaptaram e revisaram para baixo os seus cachês. Já o mercado internacional continua vendendo, contratando e o Brasil é só um dos clientes. A conta é simples. O dólar dobrou de preço frente ao real e a gente precisa de dólar para pagar artista internacional”, destaca o responsável pela vinda de DJs como David Guetta, Hardwell, Tiesto e Fatboy Slim, além de cantores como Jason Mraz e Jack Johnson. “Sem falar que a gente continua contratando, pagando em dólar e a forma de recuperar o dinheiro é por meio de ingresso, que vai ser vendido no Brasil em real e em um mercado de crise e desemprego. A queda foi de 20% nas vendas. Um festa fácil de vender 10 mil ingressos atualmente vendo 8 mil com estratégias, parcelando. Fica inviável. É mais interessante promover eventos nacionais, já que houve adaptação”, destacou. Pontual é promotor de eventos como Olinda Beer e Tamandaré Fest.
Juliana Cavalcanti, diretora da Reality, empresa que promove o King Festival, reforça a problemática de não poder repassar o aumento do dólar no preço do ingresso. “Atrapalha muito promover esse tipo de atração com o país em crise. O dólar pipocou. Era R$ 2,60 e chegou a R$ 4,20. O cachê aumenta o investimento da gente e se colocar o custo no ingresso, não vai vender a quantidade para fechar a conta”, explica. A Reality também promove a Essential Party, que traz DJs do mundo inteiro.
Como o valor do cachê é atualizado com o dólar, Juliana tem seguido a receita e investido mais no mercado nacional. “O número de festas é mantido, mas a quantidade de participação internacional era maioria. Hoje, fica meio a meio. Faço cinco festas por ano, mas eu só trago dois DJs de fora. Antes, eram quatro, cinco”, resume.
O que conta em favor do Brasil, segundo Silvio Pontual, é que o nosso país possui um “charme” que agrega ao artista internacional, o que favorece outros condicionantes. “Esse abraço ao estrangeiro pode provocar uma adaptação do showbusiness internacional, porque o cantor pode estar por perto, na Argentina, por exemplo, e articula a vinda para o Brasil porque dilui o custo de trazer a infraestrutura de show e de banda entre os promotores dos países. É uma oportunidade extra para o Brasil e a gente inclui o Recife nessa rota”, acrescenta.
Sobre o futuro, ele tem esperança de dias melhores. “A quantidade tem diminuído, existe um processo mais lento de vendas, mas a gente vê que tem um mercado ocioso e pronto para voltar em qualquer melhora da economia. Alguns shows internacionais que vieram para o Brasil tiveram um público excelente. O evento bomba, mas a conta tá mais apertada”, espera.