Oportunidades em meio à crise Rombo nas contas públicas vem reduzindo a oferta de concursos públicos e vagas. Apesar disso, ainda existem editais para seleção de candidatos

Publicação: 23/08/2016 03:00

Seleção para o Senado, uma das mais aguardadas pelos concurseiros, deve ter o edital divulgado ainda este ano (Pedro LADEIRA/AFP )
Seleção para o Senado, uma das mais aguardadas pelos concurseiros, deve ter o edital divulgado ainda este ano

Faltam menos de cinco meses para o fim de 2016, que já entrou para a história como o pior ano na oferta de vagas para os concurseiros. A escassez de novos editais para repor os postos abertos pela aposentadoria de servidores é atribuída à grave crise econômica e às incertezas que permeiam o cenário político no Brasil. Apesar disso, ainda há esperanças para quem está em busca de um cargo no setor público. Mas é preciso ficar atento para não desanimar e perder as oportunidades que ainda existem.

Quem mantém a rotina de estudos pode aproveitar para se focar nas provas que já foram autorizadas pelo Ministério do Planejamento. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) escolheu o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) para organizar seu concurso. São 78 vagas para o cargo de técnico administrativo. O edital deve ser publicado até outubro deste ano.

Outros processos mais concorridos, como o do Senado Federal, podem ter os editais divulgados ainda este ano. Ainda há expectativa para que a Polícia Federal inicie um processo de seleção. Já os concursos do INSS, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do Banco Central (BC) e dos ministérios da Fazenda e do Trabalho ainda aguardam autorização do Planejamento.

Com a escassez de editais, muitas pessoas que estudam para concursos específicos foram obrigadas a optar pelas poucas provas que serão realizadas até o fim do ano. Um exemplo disso é o recorde de 1.087.804 inscritos para o certame do INSS. Além dele, as seleções para a Caixa Econômica e para os Correios devem ser bastante concorridos. A estudante Marina Almeida, 22, está entre os concurseiros que estudam para certames específicos que estavam previstos para este ano, mas ainda não foram liberados.

Ela se prepara há dois anos para ingressar no serviço público e sonha em ocupar uma vaga no Senado. Porém, com as incertezas sobre a publicação do edital e os altos custos com as aulas preparatórias, Marina fará as provas já confirmadas. “Nós temos que nos adaptar aos tempos de crise e instabilidade que barram a liberação de novos editais. Eu sempre fui bem focada no meu objetivo e luto para alcançá-lo, mas, enquanto a oportunidade não vem, eu miro em outras oportunidades.”

O professor Clayton Natal, do IMP Concursos, diz que, nesta época, é difícil manter o foco apenas num único certame. “É aconselhável não desistir de estudar e se dedicar ao máximo para ser aprovado no concurso dos sonhos. Mas, enquanto o edital não sai, é bom o candidato ir se familiarizando com o conteúdo e se inscrevendo em outros concursos, principalmente aqueles que têm matérias semelhantes ao edital visado. Isso ajuda a preparar mais a mente para encarar a avaliação.”

Mesmo que o momento não seja favorável para os concurseiros, esmorecer nos estudos está longe do caminho ideal. Para o professor Ivan Lucas, do IMP concursos, o governo precisará repor as vagas que foram abertas com a aposentadoria de servidores para que o trabalho não seja prejudicado. “Os cargos que ficam vagos por questões de aposentadoria, falecimento ou outras razões geram grande vacância. Em função disso, existe a necessidade mínima de reposição.” (Do Correio Braziliense)