Centrais ameaçam greve geral contra a reforma Trabalhadores rejeitam principais mudanças propostas para a Previdência pelo governo federal

Publicação: 09/12/2016 03:00

Força Sindical considera que a Reforma da Previdência penaliza os trabalhadores (Força sindical/divulgação)
Força Sindical considera que a Reforma da Previdência penaliza os trabalhadores
São Paulo - As principais centrais sindicais do Brasil se reuniram ontem para iniciar o processo de mobilização contra a proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo governo. Os sindicalistas não concordam com os pontos mais importantes do projeto, como a idade mínima de 65 anos e a equiparação entre homens e mulheres, e alguns grupos já cogitam a possibilidade de greve geral.

Para Luiz Carlos Prates, o Mancha, do CSP-Conlutas, a proposta de reforma é um grande ataque ao trabalhador e visa acabar com as aposentadorias. “Não vemos margem para negociar com o governo, que deseja impor essa reforma sem uma ampla negociação. Estamos iniciando uma mobilização que, na nossa visão, deve culminar com uma greve geral”, disse.

Segundo o diretor de comunicação social da Nova Central, Nailton Francisco de Souza, o governo não cumpriu o que foi combinado com as centrais quando Michel Temer ainda era presidente interino. “Foi criado um grupo de trabalho para debater o assunto. O grupo fez sugestões, mas o governo não respondeu e só nos comunicou que enviaria a proposta ao Congresso”.

O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, disse que as centrais em geral têm um posicionamento contrário à reforma, mas que ainda vão ser realizados novos debates e reuniões para definir os principais pontos a serem combatidos. “Esse projeto é complexo e afeta inúmeras dimensões da vida do trabalhador. O Dieese vai construir um diagnóstico detalhado para que tenhamos um posicionamento técnico conjunto “, explicou.

O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, disse que hoje já haverá uma grande mobilização dos metalúrgicos do ABC contra as mudanças na Previdência. “Essa reforma inviabiliza o acesso à Previdência. Estamos caminhando para um período pré-Getúlio Vargas, onde não existia absolutamente nada nessa área. Isso é muito danoso”.

O secretário-geral da UGT, Francisco Pegado, demonstrou certa abertura e disse que pretende debater questões pontuais do projeto de reforma que podem ser negociadas. O secretário de Previdência da CTB, Pascoal Carneiro, disse que o governo está fugindo da obrigação constitucional de transferir recursos para a seguridade social.  O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou que a proposta do governo penaliza os trabalhadores e que as centrais não aceitarão a idade mínima de 65 anos e o tempo de contribuição de 49 anos para poder receber 100% do benefício