Obras deverão ser agilizadas Compesa espera que a venda da Odebrecht Ambiental para a Brookfield, ontem, agilize trabalhos da PPP do saneamento no estado

Publicação: 27/04/2017 03:00

Obras estão com cronogramas defasados e prazos de conclusão devem mudar (COMPESA/DIVULGAÇÃO)
Obras estão com cronogramas defasados e prazos de conclusão devem mudar

A compra da Odebrecht Ambiental, realizada pela Brookfield e finalizada ontem, deve agilizar obras da PPP do saneamento da Compesa, que estavam travadas por causa da crise econômica e da Operação Lava-Jato. Essa é a ótica do presidente da companhia, Roberto Tavares, que afirma que a BRK Ambiental, nova empresa responsável pela parte privada da PPP, vai agilizar construções que precisam apenas de investimento privado (numa PPP existem obras que exigem o investimento público e outras que andam apenas com o aporte privado). Apesar disso, a mudança da gestão da PPP não vai impedir que a parceria tenha seus prazos estendidos. Se, antes, o plano era sanear Recife, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Cabo de Santo Agostinho, Itamaracá, Araçoiaba, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Ipojuca, Moreno, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes (RMR) e Goiana (Mata Norte) em 12 anos, agora, o planejamento de investimentos já não tem um horizonte claro.

“Estamos estudando um novo planejamento e a repactuação do contrato. Mas isso iria acontecer com ou sem a compra da Odebrecth Ambiental porque já estávamos com problemas no cronograma. Os valores não devem mudar, mas os prazos sim”, revela Tavares. Segundo ele, os detalhes do novo plano serão divulgados em até 40 dias. “A crise econômica atrasou os investimentos estatais, que são apoiados por investimentos do governo federal, e ainda houve problemas nos investimentos privados por conta do envolvimento da empresa na Operação Lava-Jato”, esclarece. Apesar disso, Tavares está otimista com a entrada do novo grupo. “Vamos retomar nossas obras em São Lourenço e iniciar em Jaboatão dos Guararapes na próxima semana. Só em Jaboatão, o investimento total será de R$ 85 milhões.”

No total, a PPP do Saneamento pretende investir R$ 4,5 bilhões, recursos públicos e privados, para realizar obras de ampliação do esgotamento sanitário. Serão beneficiadas 3,7 milhões de pessoas nas cidades que terão 100% dos esgotos coletados. Hoje, em Pernambuco, apenas 32,17% dos moradores do estado têm acesso ao saneamento básico. Número que avançou pouco desde o início da PPP, em 2013, passando de 28% para 32,17%, um aumento de 4,17% pontos percentuais.

Na prática, isso equivale a quase 200 mil novas pessoas usando o sistema. Porém, em relação ao plano total de universalização do serviço, o ritmo está baixo, uma vez que o saldo reflete uma média de 1,3 ponto percentual de expansão por ano (no quadro global). Logo, em 12 anos, como constava no plano inicial, com esse ritmo, as obras não estariam nem na metade do status desejado. Apesar disso, Roberto Tavares vê um avanço sem precedentes. “Em proporção, isso significa um aumento de quase 10% da rede atual. É um avanço para a saúde pública do estado.”