Controle é um limite aos produtos

Publicação: 13/01/2018 03:00

Um dos grandes entraves enfrentados pela Divina, e pelo setor de suplementação natural do país como um todo, são as limitações impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para se ter uma ideia, a linha de produtos comercializados pela empresa pernambucana chegou a ter mais de 80 rótulos. Hoje, são 35. “Ficamos limitados devido à Anvisa. Não acho esse controle errado, é preciso ter rigor. Mas esse controle faz com que o mercado brasileiro tenha dificuldade em ter produtos bons. Às vezes, um produto demora de quatro a cinco anos para chegar ao Brasil depois de ser lançado nos Estados Unidos”, afirma João Marinho.

Um dos produtos que a Divina vendia em larga escala e parou de distribuir foi a melatonina (hormônio do sono). Atualmente, o carro chefe da empresa é a vitamina C, além dos multivitamínicos e do fish oil (óleo de peixe). “Há outros produtos específicos cuja venda vem aumentando, que é o caso do magnésio”, diz. Segundo ele, o consumo desses produtos vem crescendo nas últimas décadas, mas o mercado ainda tem potencial. “No Brasil, as coisas ainda são muito embrionárias. Se você comparar a quantidade de vitaminas presentes aqui e nos Estados Unidos, vai ver que a gente ainda está engatinhando”.

Segundo ele, a falta de conhecimento da população sobre os benefícios dos produtos, além do alto valor agregado, são os principais motivos. “Hoje, apenas 10% da população brasileira tem disponibilidade financeira para comprar vitaminas ou produtos de estética, como cremes e cosméticos”. Com média de preços de R$ 80, os produtos da Divina são voltados ao público de classe média e alta. A empresa cresceu 3% em 2017 e a expectativa é de que esse percentual salte para 20% neste ano. Mesmo com o projeto da fábrica em Pernambuco, 98% das vendas da Divina no país vão para fora do estado. Rio de Janeiro e São Paulo respondem, juntos, por 70% da distribuição.