IBGE mostra queda de 2,8% no setor de serviços A queda, registrada no ano passado, representou o terceiro resultado anual negativo consecutivo

Publicação: 17/02/2018 03:00

O setor de serviços registrou perdas disseminadas entre as atividades pesquisadas no ano de 2017. Apresentou uma queda de 2,8% no ano passado, o que representou o terceiro resultado anual negativo consecutivo, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa acumulada do volume de serviços prestados no ano de 2017 ficou fora do intervalo das estimativas captadas pelo Projeções Broadcast com 17 instituições. As expectativas para o volume de serviços do ano passado eram de declínio de 3,60% a 2,90%.

A mediana encontrada é de retração de 2,90%. Em 12 meses até novembro, o volume de Serviços acumulava queda de 3,40%, mas a receita já subia 1,90% na mesma base de comparação. Apesar da queda de 2,8% na taxa acumulada, o desempenho do setor ainda foi o melhor desde 2014, quando havia crescido 2,50%. Em 2016, o segmento de serviços vinha de uma queda de 5,00%. Em 2015, a perda acumulada foi de 3,6%.

O único segmento a escapar do vermelho foi o de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, beneficiado pela recuperação da indústria, apontou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, porém, tiveram um crescimento de 2,3% no ano passado.

"O Transporte tem a ver com o crescimento da indústria. Transporte de carga e armazenagem estão caminhando juntos, tanto por causa da indústria quanto por causa da safra. O impacto da recuperação da demanda no Transporte é direto, tanto para escoar produção quanto para transportar matéria-prima", disse Roberto Saldanha.

Apesar da melhora da conjuntura econômica, Saldanha diz que os serviços como um todo demoram mais a reagir à recuperação dos outros setores da atividade econômica. Uma retomada mais consistente dependeria de novos resultados positivos da indústria e da recuperação da demanda de governos federal, estaduais e municipais. O pesquisador lembrou ainda que mesmo o aumento na massa de renda dos trabalhadores registrado em 2017 não foi canalizado para o consumo de serviços prestados às famílias, mas sim para a aquisição de bens materiais.

O segmento de serviços prestados às famílias registrou um recuo de 1,1% em 2017. Os Serviços de informação e comunicação caíram 2,0%; Serviços profissionais, administrativos e complementares, -7,3%; e o segmento de Outros Serviços, -8,9%. "A recuperação do setor de serviços geralmente é mais lenta, atua a reboque de outros setores. À medida que tem recuperação, principalmente na indústria, o setor de serviços tende a ter uma melhora. Os governos ainda estão com problemas fiscais. Num momento de corte de gastos e equilíbrio do orçamento, o que vai ser cortado são serviços terceirizados", justificou Saldanha. O agregado especial das Atividades turísticas apresentou redução de 6,5% em 2017.