Poupança é a segunda opção por investimentos Depois de cair 1% dois anos atrás, as aplicações tiveram expressivo crescimento de 9% entre os demais

Publicação: 22/02/2018 03:00

Depois de cair 1% dois anos atrás, as aplicações em cadernetas de poupança deram uma reviravolta, no ano passado, com expressivo crescimento de 9% e montante no valor de R$ 665,7 bilhões. Em 2016, o volume de captações tinha aumentando apenas 1%. Foi o segundo tipo de investimento mais procurado pelos brasileiros, segundo aponta o relatório divulgado ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

O levantamento mostra que, paralelamente ao processo de retomada da economia e de queda gradual na taxa de juros básica da economia (a Selic), os Fundos de Investimentos lideraram a preferência com alta de 27% , alcançando R$ 984,5 bilhões, enquanto os títulos e valores mobiliários caíram 1%, somando R$ 912 bilhões. No total, as aplicações em produtos financeiros somaram R$ 2,7 trilhões, valor 11,8% superior ao registrado em 2016, e referem-se aos investimentos das 73,7 milhões de contas dos segmentos de varejo e de private banking das instituições do país.

De acordo com a análise técnica da Anbima, o recuo de 1% nos investimentos em títulos e valores mobiliários reflete a posição de desvantagem na rentabilidade diante da “recente mudança regulatória (que) afetou o acesso aos papéis”. Quanto à liderança dos fundos de investimentos, o presidente do Comitê de Varejo da Anbima, José Rocha, justificou que com a queda dos juros, os investidores estão migrando para opções mais diversificadas, inclusive com mais risco. “O resultado reflete a procura cada vez maior dos investidores por produtos mais sofisticados com mais riscos envolvidos, principalmente entre o varejo alta renda, como efeito da queda dos juros”.

Varejo private

O segmento de varejo e private no Brasil encerrou o ano passado com um volume de R$ 2,66 trilhões, aumento de 11,2% em relação ao visto um ano antes, de acordo com dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Com a taxa básica de juros pela primeira vez em 6,75%, a tendência é de busca por investimentos de maior risco, visto que os produtos de renda fixa perderam parte do apelo com a Selic mais baixa.

Considerando apenas o segmento de varejo, dos R$ 1,69 trilhão ao final do ano passado, alta anual de 9,5%, R$ 664,2 bilhões estavam na poupança - aumento de 8,8% ante 2016 -, enquanto a proporção de títulos e valores mobiliários caiu 7,4%, para R$ 492,1 bilhões. A maior expansão foi a fatia dos fundos de investimento, de 32,8% de um ano para o outro, a R$ 538 bilhões no final de 2017. (AE e Agência Brasil)