Inglês avançado é requisito

Publicação: 17/11/2018 03:00

Segundo Denis Fadul, gerente da empresa de intercâmbio World Study, em Brasília, o primeiro passo é ter nível de inglês avançado. A falta desse requisito pode barrar muitos candidatos. “A língua é o principal elemento, e o aluno não tem que simplesmente falar, precisar provar que sabe. Por exemplo, na Alemanha, há muitas instituições gratuitas, mas exigem que você saiba o idioma, ou pelo menos o inglês”, conta. A dica é buscar se aprofundar na língua fazendo cursos. Outro impasse é a falta de planejamento financeiro. “A pessoa tem que ter uma noção de quanto vai gastar e se programar pelo menos com um ano de antecedência”, completa Fadul, engenheiro de computação. Afinal, mesmo com bolsa de estudo, pode haver custos, por exemplo, de alimentação, xérox e livros. Segundo a coordenadora de conteúdo da Fundação Estudar, Nathalia Bustamante, é fundamental que o aluno pesquise antecipadamente sobre as instituições de ensino.

“Ele deve se questionar se essa é a melhor universidade para o perfil dele. Não adianta, por exemplo, escolher o melhor local de ensino para a área e ser infeliz.” Após essa etapa, ela destaca que é essencial comparar as opções de graduação, pesquisando metodologias de ensino, oportunidades de projetos extracurriculares e experiência de vida no país. Estados Unidos, Canadá, Austrália, Irlanda, Nova Zelândia estão entre os países pelos quais os brasileiros mais se interessam. Denis Lacerda explica que essas escolhas têm a ver com a facilidade com a língua inglesa e privilégios, como acomodação. “Em outros países, nem sempre a bolsa está vinculada à residência. Então, no caso dessas, o deslocamento é apenas no câmpus.” A adaptação também é um fator importante apontado pelos especialistas. De acordo com Nathalia Bustamante, cada pessoa tem um nível diferente de adequação, que depende de fatores como fluência no idioma e dificuldades de superar as diferenças de costumes.

“Para o idioma, a melhor dica é ter uma preparação antecipada, treinando bastante. Quanto à adaptação cultural, um caminho importante é aprender a olhar para si mesmo mais do que para o que o país tem a oferecer. Entenda o lado do outro, seja curioso e tolerante”, comenta. O diretor do Santander Universidades, Steven Assis, reforça que estudar em outro país pode transformar a perspectiva do jovem com relação ao mundo. “A pessoa estará em outro contexto, longe do país, da família, em um ambiente onde vai aprender não só academicamente, mas absorverá outro contexto cultural”, explica. Desde 2005, a instituição que ele representa ofertou mais de 290 mil bolsas de estudo (nas modalidades estágio, graduação, pós-graduação e empreendedorismo) em 20 países. Em novembro deste ano, devem ser ofertadas 100 oportunidades. Os selecionados podem escolher entre 1.200 universidades em nove nações. “Com uma experiência internacional, o estudante sai transformado e se diferencia de outros candidatos em um processo seletivo de emprego. Claro, se ele se dedicar lá fora”, explica o administrador.