AGRONEGóCIOS » Polilac vai produzir leite A em Garanhuns A fazenda inova como única a fabricar o leite A em PE e a adotar o conceito de vinícola aberta a visitantes

Publicação: 20/07/2019 03:00

Um novo modelo de produção de leite, voltado aos que buscam alimentos mais saudáveis, começa a ser implantado em Garanhuns na chegada da Fazenda Polilac, que abre as portas este mês, com um investimento de R$ 1,8 milhão. Será o primeiro laticínio de Pernambuco a fabricar o leite tipo A com a produção de um único rebanho - da raça  guzolando - sem nenhum contato manual desde a ordenha, passando pela pasteurização até o envase. Todo o processo será mecanizado e poderá ser acompanhado pelos visitantes da Polilac, que promete virar atração da cidade, no contexto do turismo rural.

Localizada na BR 423, a fazenda adotou o conceito das vinícolas que recebem o público interessado em conhecer a produção e conviver com o clima do campo. Mini-animais e árvores como o pau brasil, ipês e angelim estão entre os atrativos. No 29ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns, de 18 a 27 de julho, o empório da Polilac vai expor seus produtos e os da região como o queijo Campo da Serra.

Diferente do leite em pó e do UHT (sigla do inglês ultra high temperature) que é pasteurizado em altíssima temperatura, o leite tipo A é paustterizado em temperatura média, o que exige o consumo em até dez dias. “O leite tipo A foi sendo deixado de lado pelos produtores pela dificuldade da logística, mas ele tem muito mais sabor e mais nutrientes que os outros”, explica o dono da Polilac, o produtor Waldemir Miranda Neto. Com capacidade de produzir até 150 mil litros por mês, a Polilac deve começar com dez mil litros mensais e chegar a 100 mil litros/mês no primeiro ano. A distribuição inicial será na região de Garanhuns e, no próximo ano, segue para o Recife e outros grandes centros. Para Waldemir,  Pernambuco tem um mercado maduro que segue a tendência por produtos mais próximos da natureza. “Nosso gado é guzolando, uma mistura do holandês com o indiano guzerá, e é criado no pasto”, diz.

Beneficiada pela lei estadual que incentivou a criação e legalização das queijarias em Pernambuco, a Polilac vai produzir queijo coalho, manteiga e a manteiga ghee (sem lactose), além de quatro tipos de leite A: o integral, o semidesnatado, o zero lactose e o light. “Com a nova lei, houve uma redução de impostos e de burocracia. Como produtor rural, temos isenção e podemos usar até 2 mil litros de leite por dia para produzir queijos. Para o leite não há limites”, afirma o produtor.

Administrador de empresas, ele trabalhou durante 24 anos num hospital da família, no Recife, e há seis anos deu continuidade aos investimentos do pai nas fazendas. Além da Polilac, ele administra a Fazenda Humaitá, na cidade de Angelim. Juntas elas produzem cerca de 4,5 mil litros de leite por dia, tendo a Nestlé como cliente forte na região. A Humaitá também produz silagem de milho para os rebanhos próprios e de outros criadores. Das dez mil toneladas anuais, sete mil vão para o mercado.