Dezembro, a maior inflação em cinco anos O IPCA do mês foi de 1,6% na Região Metropolitana do Recife, taxa superior à média nacional de 1,35% e inferior a de São Luís, Porto Alegre e Rio de Janeiro

Publicação: 13/01/2021 03:00

A Região Metropolitana do Recife (RMR) encerrou 2020 com a maior inflação de todo o ano. Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 1,6%, quase o dobro do segundo maior índice registrado no ano passado: 0,82% no mês de outubro. Foi a maior variação mensal da região desde fevereiro de 2015. No acumulado do ano, a RMR fechou em 5,66%, enquanto o Brasil em 4,52%, superando as expectativas do mercado de que a taxa seria de 4,37%.

O IPCA de dezembro da RMR foi quarto maior para o mês entre as 16 localidades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados locais ficaram à frente apenas de São Luís (2,18%), Porto Alegre (1,85%) e Rio de Janeiro (1,62%). O índice da RMR de 1,6% superou a média nacional, de 1,35%, a maior variação mensal desde fevereiro de 2003, quando se anotou 1,57%, e o maior índice para um mês de dezembro desde 2002. Na época, a taxa de todo o país ficou em 2,10%.

O avanço dos preços ao longo do ano passado também pode ser percebido a partir da inflação acumulada de janeiro a dezembro. O IPCA foi de 5,66% na RMR, contra 3,71% em 2019. A porcentagem foi a quinta maior do país, superada somente por Campo Grande (6,85%), Rio Branco (6,15%), Fortaleza (5,74%) e São Luís (5,71%). No Brasil, o acumulado do ano foi de 4,52%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados na RMR, entre 28 de novembro e 29 de dezembro, houve elevação nos preços em oito deles. O maior reajuste ocorreu no setor de Habitação, cuja alta foi de 3,70%, a mais alta do ano. Em seguida, veio Transportes, com alta de 2,4%, puxada pelas passagens aéreas, o maior entre as cidades e regiões metropolitanas pesquisadas. O segmento de Educação foi o único a registrar queda, de -0,01%, próxima à estabilidade.

Na inflação de dezembro, a maior variação de preço ficou por conta da passagem aérea, que ficou em 44,19%, vindo em segundo lugar o transporte por aplicativo, cujo reajuste foi de 19,5%. O alface (13,23%), o melão (11,56%) e a maçã (10,42%) completam a lista dos cinco produtos e serviços com maior reajuste.

A mercadoria que mais aumentou de preço no acumulado do ano foi o óleo de soja. O item mais que dobrou de preço entre janeiro e dezembro de 2020, registrando aumento de 104,40%. Depois vieram outros dois alimentos: o arroz vem em seguida, com alta de 70,12%. O tomate, cujo avanço no preço foi de 62,66%, está em terceiro lugar.