Inflação fica estagnada no Grande Recife IPCA indicou recuo de -0,07% na média de preços no mês de agosto. Habitação, Artigos de Residência e Alimentos e Bebidas são os principais motivos

Thatiany Lucena

Publicação: 11/09/2024 03:00

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, divulgado ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Região Metropolitana do Recife apresentou estabilidade com recuo de -0,07% no mês de agosto.

No Grande Recife, os grupos que puxaram a inflação para baixo no período foram: Habitação (-0,82%), Artigos de residência (-0,55%), Alimentação e bebidas (-0,49%) e Comunicação (-0,02%).

Segundo Luiz Maia, professor de economia e finanças da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), ainda que pequeno, o recuo na inflação representa algo positivo para o bolso do consumidor nos últimos 30 dias. “A boa notícia vem do fato de que os preços que mais puxaram para baixo essa média foram preços muito importantes para a população, que são os gastos com alimentos e habitação. Esses dois itens são fundamentais principalmente para a população de baixa renda. As pessoas estão gastando um pouquinho menos com condomínio e aluguel. Elas também estão pagando menos pela cebola, batata e tomate. São produtos que fazem parte do prato de almoço de cada brasileiro”, afirma.

Ainda de acordo com o economista, nos últimos 12 meses, foi observado que os preços no Recife não estão subindo tão rápido como em outras capitais do Brasil. “O mais provável para explicar essa performance nos preços da capital provavelmente tem a ver com uma dinâmica econômica um pouco menos acelerada. Embora a economia de todo o Brasil parece estar melhorando devagar, aqui esse avanço tem sido um pouco mais lento. Com muita gente endividada e com um nível de desemprego ainda um pouco mais alto, os pontos de vendas não conseguem reajustar preços sem perder muita renda. Então existe uma quebra de braço mais dura por aqui”, disse.

Maia acredita que é provável que a capital pernambucana encerre 2024 com uma inflação acumulada um pouco menor do que a média nacional. “A inflação nos últimos doze meses para Recife está abaixo de 3%, enquanto a da média nacional está acima de 4%.”

ALIMENTOS
Os cinco produtos com maior redução de preços em agosto foram do grupo de alimentos: cebola (-28,05%), batata inglesa (-18,69%), tomate (-13,79%), alface (-13,56%) e cenoura (-13,50%).

CENÁRIO NACIONAL

No Brasil, o IPCA de agosto apresentou deflação de -0,02% e ficou 0,40 ponto percentual abaixo da taxa apresentada em julho (0,38%). No acumulado do ano, o IPCA obteve alta de 2,85% e de 4,24% nos últimos 12 meses. O recuo na inflação também foi puxado pelos grupos Habitação (-0,51%) e Alimentação e Bebidas (-0,44%), que contribuíram para a queda de -0,08 e -0,09 pontos percentuais no IPCA.