Engenharia social é usada nas fraudes bancárias Técnica foi responsável por 80% das práticas para convencer correntistas a passarem dados e golpes ocasionaram perdas de mais de R$ 10 bilhões em 2024

Pedro Ivo Bernardes

Publicação: 21/04/2025 03:00

O aumento das contas de pessoas jurídicas (PJs), impulsionado pela abertura de micros e pequenas empresas (MPEs) e pela formalização dos microempreendedores individuais (MEIs), colocou essa modalidade de correntistas no foco dos golpistas. Não por acaso, a Inteligência Artificial (IA) e a cibersegurança estão entre as prioridades das instituições financeiras para este ano, segundo a pesquisa de Segurança Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com previsão de aporte de R$ 47,8 bilhões este ano.

Entre os golpes mais comuns estão os que usam engenharia social para convencer o correntista a passar dados ou realizar operações fictícias, criando uma sensação de urgência na vítima. De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as perdas geradas por fraudes bancárias somaram R$ 10,1 bilhões no ano passado e, segundo pesquisa do Datafolha, mais de 80% dos golpes lançaram mão da engenharia social para atuar. “Eles fazem a vítima entrar num estado de transe e nosso desafio é tirar nosso cliente desse estado”, explica Victor Thomazetti, superintendente de Segurança Corporativa do Itaú Unibanco.

Segundo levantamento do Sebrae, no primeiro trimestre deste ano, foram abertos de mais de 1,4 milhão de CNPJs no país, sendo os MEIs responsáveis por 78% das novas empresas abertas e, de acordo com o Itaú, apenas 3% das empresas possuem práticas associadas à cibersegurança

Nesse contexto, Thomazetti destaca que por ter um comportamento bancário híbrido, entre correntista empresa e correntista pessoas física, os MEIs devem ter um atendimento mais personalizado.