A área a ser colhida foi estimada em 234.304 hectares, uma baixa de mais de 24%

As variações climáticas que acometeram Pernambuco no mês de maio se refletiram diretamente na produção agrícola local. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado ontem pelo IBGE, a safra do período no estado teve queda de 2.493 toneladas na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas. 

“Para a pesquisa, a gente debate esses números com os principais atores agrícolas de cada região e muitos apontaram a questão climática como um problema, principalmente para as oleaginosas e hortaliças, que são muito sensíveis às condições de temperatura e água”, explica o chefe de pesquisas agropecuárias do IBGE em Pernambuco, Igor Reyes.

De acordo com o profissional, as culturas mais impactadas pelas variações climáticas são as dos pequenos produtores e as produções de agricultura familiar, como o milho e o feijão, que não dispõem de tantos investimentos e estruturas. Apesar de terem pequena produção, o acumulado tem bastante reflexo no balanço estadual. A produção pernambucana deve totalizar 123.015 toneladas em 2025. Trata-se de um valor 33% ou 60.875 toneladas menor do que a safra obtida em 2024 (183.890 toneladas). 

Na comparação com abril, a estimativa registrou também queda de 33,10%, com diminuição de 60.875 toneladas entre as safras anuais. A área a ser colhida foi estimada em 234.304 hectares, o que representa uma baixa de 24,2% (74.724 hectares a menos) em relação à área colhida em 2024. Frente ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou uma retração de 13.482 hectares (2,1%). O arroz tende a ter a menor safra do estado, com apenas 6 toneladas este ano.

De acordo com Reyes, as alterações são previstas para essas culturas específicas, que já têm a característica de ter mais ou menos produtividade diante das variações climáticas. As previsões de temperaturas recordes para este ano divulgadas pela APAC preocupam o setor, mas não devem interferir nas principais culturas do estado, como a cana-de-açúcar (15.069.823 toneladas em 2025) e a uva (755.241 toneladas em 2025).