Ele passou 13 meses à deriva
Homem sobrevive após barco ser
arrastado por mais
de 12 mil quilômetros
até ser socorrido
Publicação: 04/02/2014 03:00
![]() | |
Pescador bebeu a própria urina e sangue de tartaruga |
Cerca de mil pessoas recepcionaram o sobrevivente em Majuro, onde ele recebeu tratamento médico e deu início ao processo de repatriação. “Quero retornar ao México!”, afirmou à intérprete Magui Vaca, em seu primeiro diálogo com uma pessoa que falava espanhol. Alvarenga afirmou que nasceu em El Salvador e vivia há 15 anos no estado mexicano de Chiapas, próximo à fronteira com a Guatemala. Ele contou que saiu para passar o dia pescando tubarões na costa mexicana quando a pequena embarcação de fibra de vidro em que estava — de 24 pés, quase 7m de comprimento — perdeu as hélices do motor.
O pescador estaria acompanhado por um adolescente chamado Ezequiel, filho de um colega de trabalho, que teria entre 15 e 18 anos. O jovem, no entanto, morreu no meio da jornada por não comer os animais crus. A perda do companheiro chegou a fazer o pescador pensar em suicídio. “Por quatro dias, eu queria me matar. Mas não pude sentir o desejo — eu não queria sentir a dor. Eu não poderia fazê-lo”, relatou. “Eu tinha minha mente em Deus. Se fosse para eu morrer, eu estaria com Deus. Então, não tive medo”.
Autoridades das Ilhas Marshall receberam com cautela o relato de Alvarenga. Além da ausência de confirmação oficial, a intérprete que auxiliou o sobrevivente considerou que ele estava confuso. As primeiras informações sobre a origem do sobrevivente davam conta de que ele tinha saído da costa do México em setembro de 2012. No entanto, o dado foi corrigido posteriormente, e o pescador explicou que zarpou em 24 de dezembro de 2012. “Não sei o que aconteceu”, declarou à intérprete. Antes de chegar à capital, Alvarenga viajou 22 horas desde o atol de corais de Ebon, para onde o barco em que estava foi levado pelas correntes marítimas.