No momento do atentado de ontem, Reinhard (nome fictício) tinha acabado de desembarcar do trem. Ele caminhava para casa, perto do shopping, quando foi alertado de que algo estava errado. “Uma mulher me disse que eu deveria ir em outro rumo, pois houve um tiroteio do lado oposto à estação ferroviária. Comecei a subir a Rua Hanauer e a filmar tudo. Ninguém sabia o que estava ocorrendo”, relatou à reportagem. O vídeo de Reinhard teve mais de 780 mil visualizações e mostra várias viaturas estacionadas no meio da rua, diante do centro comercial, além de policiais fortemente armados correndo.

A estudante de engenharia mecânica Tatiana Novaes Theoto, 22 anos, ficou por quatro horas presa dentro de um porão, acompanhada de 13 pessoas, com medo do tiroteio. “Eu estava em uma festa enorme, na região histórica de Odeonsplatz, quando recebemos notícias sobre o ataque ao shopping, que fica do outro lado da cidade. Saímos e, no momento em que estávamos próximo ao centro, perto de casa, veio o desespero. Não tinha mais trem, ônibus, nem nada. Só viaturas de polícia e ambulâncias. Começaram as ameaças de que estava rolando um tiroteio. Foi uma correria absurda. Conseguimos nos abrigar em uma loja, onde ficamos em um porão. Foi terrivel. Qualquer barulho fazia com que a gente ficasse tenso”, afirmou a paulista, que nasceu em Jundiaí e deve ficar mais um ano na Alemanha. (RC)