A vida de Obama pós-Casa Branca

Publicação: 21/01/2017 03:00

Escrever um livro, trabalhar com jovens oriundos de minorias, ajudar a reconstruir um Partido Democrata em farrapos: Barack Obama, que deixou a Casa Branca, onde viveu e trabalhou por oito anos, prometeu ser um cidadão ativo. Aos 55 anos, um ano mais novo do que Bill Clinton ao final da sua presidência, armado com uma forte taxa de aprovação, ele diz que quer se envolver em novos projetos e evitar a todo o custo ser “o velho tipo que fica no bar se gabando de suas glórias passadas”.

Ele anunciou que não participará na política diretamente. E disse que não iria comentar, exceto sobre questões relativas “aos fundamentos da democracia”, as iniciativas de seu sucessor Donald Trump que ele, durante a campanha, denunciou com virulência. Obama e sua mulher, Michelle, deixaram Washington ainda ontem, pouco depois da posse de Trump, com destino a Palm Springs, na Califórnia, onde passarão férias familiares. “Nossa democracia não são monumentos, ou edifícios, são vocês”, disse o ex-presidente democrata em uma de suas últimas declarações da base militar Andrews, na periferia da capital norte-americana.

Os ex-presidentes raramente permanecem na capital dos Estados Unidos depois de ter trabalhado e vivido em um dos mais antigos edifícios públicos. Jimmy Carter retornou à Geórgia, Ronald Reagan para a Califórnia. Bill Clinton aptou por Nova York, onde criou sua Fundação e onde sua esposa Hillary lançou sua carreira política como senadora.

Barack Obama, que nunca expressou verdadeiro entusiasmo por esta cidade, alugou uma casa onde viverá até que sua filha mais nova, Sasha, conclua o ensino médio. Em médio prazo, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos evocou a sua vontade de trabalhar com os jovens oriundos de minorias em bairros pobres, onde o abandono escolar, o desemprego e a taxa de prisão são claramente mais elevados que em outras partes, “em razão das desigualdades de oportunidades”.

A vitória Trump mudou a situação. E o presidente democrata deixou claro a sua intenção de participar na reconstrução do seu partido. “Eu quero fazer tudo o possível para melhorar e ajudar a próxima geração, não só a nível político mas também o engajamento cívico. Tenho contatos e acredito que a credibilidade de fazê-lo de uma forma original”. (AFP)