ARGENTINA » Busca a submarino virou uma luta contra o relógio

Publicação: 22/11/2017 03:00

Mar del Plata (AFP) – A angustiante busca pelo submarino argentino, perdido no Atlântico com 44 tripulantes a bordo há seis dias se intensificou ontem com forte colaboração internacional, graças a uma melhora das condições climáticas. Um bote inflável à deriva avistado na madrugada de ontem por um avião em meio a uma forte tempestade estava vazio e não pertence ao submarino, informou o porta-voz da Armada, a Marinha de guerra argentina, Enrique Balbi, durante coletiva em Buenos Aires.

Também foram avistados no horizonte dois artefatos pirotécnicos brancos sem localizar sua origem, mas presume-se que não sejam do San Juan, que tem sinalizadores para emergências e verdes para treinamento. “Supondo a fase mais crítica, que seria o submarino submerso e sem condições de emergir, estamos no sexto dia de oxigênio”, disse Balbi, que preferiu “não aventar conjeturas sem mais evidências”.

Sem sair à superfície, o San Juan tem capacidade de oxigênio para sua tripulação por sete dias e sete noites. “O tempo está contra nós, mas nunca devemos perder as esperanças”, advertiu Alejandro Cuerda, chefe da flotilha de submarinos da Espanha, que colabora com as buscas, em declarações ao canal TN.

Balbi considerou auspiciosa a melhora do clima após vários dias de temporal com fortes ventos e ondas de cinco e seis metros. “Por sorte começa a diminuir a intensidade do vento, com ondas de três e quatro metros, que permitiria uma varredura tridimensional do fundo”, declarou Balbi.

O submarino zarpou há nove dias de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, e era esperado no domingo passado no Mar del Plata, 400 quilômetros ao sul da capital, seu porto habitual.

Após terem se iludido nos últimos dias com dois indícios que resultaram negativos, a incerteza foi se transformando em angústia. “É uma mistura de sensações: dor, impotência e momentos de esperança. A sensação é que eles estão vindo, que hoje vão nos dizer 'estão chegando'”, confessou María Morales, mãe de Luis, um dos tripulantes, ao chegar nesta terça-feira à Base Naval do Mar del Plata. Sete chamadas por satélite e um barulho no fundo do mar deram esperanças de que se tratava do submarino, mas foram descartadas após várias horas. “Uma luzinha começa a brilhar e depois apaga”, lamentou María Morales.