IRã » Guia supremo acusa os 'inimigos'

Publicação: 03/01/2018 03:00

O guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, rompeu ontem seu silêncio sobre a onda de protestos que já dura seis dias e afirmou que os distúrbios são orquestrados pelos inimigos do país. Nove pessoas morreram durante a noite de segunda no centro do país, onde os manifestante tentaram invadir um posto policial. Desde o início das manifestações, na quinta-feira passada, 21 pessoas morreram, incluindo 16 manifestantes, em todo país por eventos relacionados a esses protestos, que começaram em Machhad (nordeste), espalhando-se rapidamente.

A capital Teerã tem sido menos afetada que as pequenas e médias cidades, mas 450 pessoas foram detidas desde sábado, segundo as autoridades locais. As autoridades mobilizaram agentes adicionais para fazer frente aos protestos, que não parecem particularmente estruturados.

Em sua primeira declaração desde o início da crise, o aiatolá Khamenei assegurou, em uma declaração transmitida pela emissora de televisão oficial que, “nos acontecimentos dos últimos dias, os inimigos se uniram e estão usando de todos seus meios, seu dinheiro, suas armas, suas políticas e seus serviços de segurança para criar problemas para o regime islâmico”. “Esperam apenas uma chance para se infiltrar e atacar o povo iraniano”, declarou, sem especificar os “inimigos”.

As autoridades acusam os grupos de oposição “contrarrevolucionários” baseados no exterior - nos Estados Unidos e na Arábia Saudita, por exemplo - de tentarem se aproveitar da insatisfação da população para criar problemas. O presidente norte-americano, Donald Trump, reagiu às manifestações, considerando que o “tempo da mudança” chegou no país. (AFP)