Uma dor sem fim na Síria Conflito entre governo e forças rebeldes, que se arrasta há quase sete anos, deixou 250 mortos nos últimos três dias após violentos bombardeios

Publicação: 21/02/2018 03:00

Quase 250 civis, entre eles dezenas de crianças, morreram desde o último domingo nos violentos bombardeios das forças do regime sírio contra o reduto rebelde de Guta Oriental, perto de Damasco, apesar dos pedidos da ONU para que se dê fim a “esse sofrimento sem sentido”. O balanço da ofensiva, prévia a um ataque terrestre contra esta região próxima de Damasco, o último reduto no país dos opositores ao regime do presidente Bashar Al Asad, é de 17 mortos no domingo, 127 na segunda-feira e 106 ontem, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). “Nenhuma palavra pode fazer justiça às crianças assassinadas, a suas mães, a seus pais e a seus entes queridos”, declarou a UNICEF em um comunicado.

Por sua parte, a oposição síria no exílio denunciou uma guerra de extermínio e o silêncio total ante os crimes do regime Assad na guerra que começou há quase sete anos. “A segunda-feira foi uma das piores da história da atual crise”, declarou um médico da região, que se identificou como Abu Al Yusr. Horas antes, ONU pediu o fim imediato dos ataques contra civis na Síria depois dos bombardeios do regime contra o reduto rebelde perto de Damasco.

O ataque da última segunda-feira foi o mais violento registrado até o momento contra Guta Oriental, uma região rebelde próxima de Damasco onde quase 400.000 pessoas vivem cercadas e em péssimas condições. Os bombardeios intensos mataram pelo mais de 100 civis, segundo o OSDH. De acordo com o diretor da organização, Rami Abdel Rahman, este é o maior balanço de vítimas civis em apenas um dia nesta região desde o início de 2015. Os hospitais de várias cidades da região estavam lotados e suas equipes sobrecarregadas.

Os ataques, que também deixaram 450 feridos, são parte da ofensiva do regime para reforçar suas posições ao redor de Guta Oriental, o que permite prever uma iminente operação terrestre. Nas últimas horas, os ataques aéreos e de artilharia prosseguiam contra várias cidades da região, cercada desde 2013 pelo regime e que sofre com a escassez de alimentos e outros produtos.

Os bombardeios contra civis “têm que parar imediatamente”, afirmou o coordenador da ONU para a Ajuda Humanitária na Síria, Panos Moumtzis. É imperativo pôr fim imediatamente a este sofrimento humano”. (AFP)

O conflito

15 de março de 2011

uma revolta armada gerou o conflito, que continua até hoje

340 mil mortos

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