Rússia reduzirá gastos militares Reeleito com 76,7% dos votos, Putin alertou que a medida, válida para os anos de 2018 e 2019, não diminuirá a capacidade defensiva do país

Publicação: 20/03/2018 03:00

Reeleito no domingo presidente da Rússia com 76,7% dos votos, de acordo com resultados praticamente definitivos, Vladimir Putin garantiu, ontem, que seu país reduzirá o gasto militar em 2018 e 2019 e que não tem a intenção de se lançar em uma “corrida armamentista”. “Previmos uma redução do gasto militar para este ano e para o ano que vem”, declarou Putin, acrescentando que “isso não provocará uma redução da capacidade defensiva” da Rússia.

Putin conquistou uma vitória sem precedentes em seus 18 anos de poder, em uma eleição que registrou uma taxa de participação superior a do pleito de 2012. A oposição e várias ONGs denunciaram milhares irregularidades, como urnas preenchidas com antecedência ou o transporte de trabalhadores em ônibus até locais de votação, pressionados por seus chefes.

A União Europeia lamentou as “violações e deficiências” indicadas pelos observadores à Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), especialmente a ausência de concorrência e as pressões sobre os opositores a Putin. A ONG Golos, especializada em supervisionar eleições, disponibilizou um mapa das fraudes em seu site na internet, no qual denuncia mais de 2.900 irregularidades.

“A eleição se desenvolveu em um ambiente jurídico e político muito controlado, marcado por uma pressão contínua sobre as vozes críticas. Esperamos que a Rússia aborde as violações e deficiências informadas” pelos observadores, disse à UE em um comunicado. Putin, que desde 1999 está à frente da Rússia, como presidente ou como primeiro-ministro, deixará o cargo em 2024, quando completará 72 anos. Ao ser questionado se voltará a disputar eleições, ele respondeu: “Ficar aqui até 100 anos? Não”.  

Putin disse estar pronto para dialogar com todos os países do mundo, mas alertou que não dependia deles. “É como no amor, as duas partes precisam estar interessadas, se não, não há amor”. (AFP)