MASSACRE » Onda de críticas contra Israel

Publicação: 16/05/2018 03:00

Israel enfrentou ontem uma onda de condenações e apelos a favor de uma investigação independente depois do banho de sangue da véspera na Faixa de Gaza, onde quase 60 palestinos foram mortos por disparos israelenses. Após o dia mais mortal do conflito entre Israel e palestinos desde 2014, Reino Unido, Alemanha, Bélgica e Suíça expressaram apoio à ideia de uma investigação independente proposta pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, desde o final de março, quando começou a mobilização em Gaza com incidentes violentos.

Mas Israel também recebeu o apoio de seu grande aliado norte-americano no Conselho de Segurança da ONU, onde defendeu a “moderação” israelense diante dos manifestantes. Israel viveu na segunda-feira um dia de comemorações com a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém e o 70º aniversário de sua criação, mas enfrentava nesta terça as consequências diplomáticas da crise em Gaza.

O presidente palestino, Mahmud Abbas, anunciou que chamou para consultas Hossam Zomlot, representante nos Estados Unidos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou um comunicado.

As relações já complicadas com a Turquia pioraram, com Ancara pedindo ao embaixador israelense que retornasse ao seu país e Israel respondendo da mesma maneira. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, advertiu que a cúpula islâmica de sextafeira sobre os palestinos enviará “uma forte mensagem ao mundo”.

A União Europeia e Londres pediram calma e, assim como Pequim e Paris, criticaram sobretudo o uso da força desproporcional por parte de Israel. O Conselho de Direitos Humanos da ONU e a Anistia Internacional, considerados inimigos por Israel, se referiram às ações israelenses como “crimes de guerra”.

O primeiro-ministro israelense Netanyahu justificou o uso da força para defender as fronteiras israelenses e acusou o Hamas, movimento islamita que comanda Gaza, de “empurrar civis, mulheres e crianças para a linha de fogo a fim de que haja mortos”, disse à emissora norte-americana CBS.

Dois palestinos morreram nesta terça-feira em confrontos pontuais e menos numerosos que na véspera.